segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A ansiedade e o adolescente

A ansiedade pode ser definida como um conjunto de reações fisiológicas, sensoriais e psicológicas, que se manifestam em situações diversas da vida humana.
TOC- Os pensamentos obsessivos são idéias ou imagens recorrentes que dispertam intensa angústia em função do seu conteúdo proibido e aflitivo. As compulsões são comportamentos específicos ou rituais mais elaborados que se repetem.
Transtorno do pânico-Embora o transtorno do pânico seja bastante incomum na infância, na adolescência pode ser observado com maior freqüência. Esse transtorno caracteriza-se pela ocorrência de ataques de pânico de intensa ansiedade, início súbito, recorrentes e grande sofrimento com sensações de falta de ar, vertigem, palpitação, tremores, náusea, formigamento e medo de morrer ou enlouquecer. Os adolescentes, no ataque de pânico, associam principalmente a sentimentos surgidos durante a experiência de apreensão.
Assim como acontece em outros quadros psicopatológicos, o transtorno do pânico pode passar imperceptível aos olhos de educadores e familiares em função da dificuldade que crianças e adolescentes possuem para verbalizar de forma explícita uma situação de sofrimento psíquico.
Depressão- No adolescente o quadro clínico se assemelha mais aos adultos, com desesperança e sensação de que as coisas não vão mudar, o que se reflete na elevação da prevalência de suicídio e tentativa de suicídio a partir da puberdade.
O adolescente pode ou não ter aparência triste ou cansada e preocupada.
TDAH- No adolescente diagnosticado com TDAH, observa-se um relato associado de agressividade e impulsividade. Sobre esse dado é necessário fazer uma análise bastante cautelosa para que não ocorra o erro de atribuir o rótulo de agressividade.
Esquizofrenia- A atual compreensão da esquizofrenia na adolescência, assemelha-se as manifestações observadas em adultos, pensamentos delirantes, alucinações, discurso desorganizado e severo retraimento por um período mínimo de 1 mês.
As alucinações visuais e auditivas são experimentadas de forma assustadora.
O pensamento delirante é também característica fundamental da esquizofrenia. O delírio pode ser entendido como uma conclusão a respeito de si mesmo, dos outros ou das situações que não podem ser validados em decorrência do seu conteúdo estranho ou impossível.
Transtornos de linguagem e comunicação na adolescência- Apesar de estarem relacionadas quando analisadas de forma abrangente, a comunicação, a linguagem e a fala, podem ser associados minuciosamente quando houver necessidade em aferir possíveis distúrbios no desenvolvimento da linguagem.
Os transtornos da linguagem relacionam-se as dificuldades apresentadas por crianças ou adolescentes na aquisição, compreensão ou expressão da linguagem falada ou escrita. Podendo envolver manifestações fonológicas, morfológicas, semânticas, sintáticas ou pragmáticas do sistema lingüístico que, de modo geral implicam num comprometimento no processamento de sentenças ou má abstração de conceitos de modo significativo e efetivo para a memorização.
Transtorno fonológico- Esse transtorno inclui dificuldade na fala, em decorrência de erros na produção de sons, substituições ou omissões. O transtorno fonológico, também traz graves conseqüências ao desempenho escolar, dificuldade de socialização com grupos e em casos mais graves, quadros de depressividade associados de auto-imagem frágil.
Transtorno de conduta- Não é possível pensar em critérios pré-estabelecidos, entretanto, é fundamental pensar na agressividade sem perder de vista a dimensão relacional ou seja, entender como e de que modo a manifestação aparentemente “agressiva” pode se constituir num recurso de sobrevivência ou busca da autonomia em alguns casos.
Faz-se necessário olhar para a atitude agressiva do adolescente buscando nela um entendimento, uma compreensão sobre o seu significado e sentido como recurso desenvolvido para se relacionar com o mundo.
Do ponto de vista da psicopatologia, a agressividade preocupa, podendo tomar-se característica do “transtorno desafiador opositivo” quando vem acompanhada de outras características.
Quando a agressividade passa a ser tratada e abordada apenas como uma característica indesejada e que deve ser corrigida, corre-se o risco de não compreender de que forma as atitudes agressivas se constituíram como recurso no mundo do adolescente.
Ao contrário do que se possa imaginar, a atitude desafiadora e opositiva, também pode vir acompanhada de um sofrimento e desamparo. No caso da criança e adolescente, a socialização pode estar comprometida, bem como a formação e manutenção de veículos afetivos.

Problemas Mentais na Adolescência

A adolescência é um período de intensas atividades e transferência na vida mental do indivíduo, levando a diversas manifestações de comportamento que podem ser interpretadas como sendo doença. Assim sendo, muitas das manifestações ditas normais da adolescência podem se confundir com doenças mentais ou comportamentos inadequados.
A adolescência é a fase em que a pessoa se descobre como indivíduo separado dos pais, gerando um sentimento de curiosidade e euforia, porém também gera sentimentos de medo e inadequação. Um adolescente está descobrindo o que é ser adulto, mas não está plenamente pronto para exercer as atividades e assumir as responsabilidades. Assim sendo, ele procura exemplos de pessoas próximas ou não, ídolos artísticos ou esportivos, entre outros, para construir seu caráter e seu comportamento, também é visível a necessidade do adolescente de contrariar a vontade ou as ideias dos pais. Esse comportamento opositor aos pais acontece em decorrência da necessidade do adolescente de separar-se dos pais, ser diferente deles para construir sua própria identidade como pessoa. Ao mesmo tempo, o adolescente pode não se ver capaz ainda de se separar desse pais, gerando então nele um sentimento de medo. De um lado a necessidade de separar-se para ser um indivíduo diferente e de outro lado a dificuldade de assumir posição adulta com suas responsabilidades e desejos, levando o adolescente a uma fase de intensa confusão de sentimentos, com uma constante mudança de opiniões, metas e com um comportamento bastante impulsivo.
Muitos dos comportamentos atípicos manifestados pelos adolescentes, podem apenas ser uma busca por sua identidade e não uma doença mental, pode sim se tratar de um sofrimento para o adolescente, podendo ele beneficiar-se de intervenções psicológicas.
Dentre os transtornos mais comuns vistos na adolescência, destacam-se:
Transtorno de humor, é o grupo onde se incluem as doenças depressivas, de certo modo comuns na adolescência, acompanhadas das mais diversas manifestações. Apresentando humor deprimido acentuado, ou irritabilidade, perda de interesse ou prazer em suas atividades, perda ou ganho de peso, insônia ou excesso de sono, abuso de substâncias psicoativas entre elas a mais comum, o álcool e até mesmo outras drogas. O tratamento desse transtorno envolve uso de antidepressivo associado a psicoterapia.
Transtornos alimentares, onde se incluem a Bulimia e Anorexia. A pessoa demonstra um pavor de engordar, tomando atitudes exageradas ou não necessárias para emagrecer, mantendo o peso muito abaixo do esperado para ela. O tratamento desse transtorno envolve uma equipe multidisciplinar, psiquiatra e nutricionista, antidepressivos e psicoterapia, necessitando em alguns casos de intervenções na família.
Transtorno do uso de substâncias psicoativas, O uso de drogas, é um tipo de alteração de comportamento bastante visto na adolescência. A dependência de drogas, que é o transtorno mais grave desse grupo, manifesta-se pelo uso de substância associado a uma necessidade intensa de ter a droga, ausência de prazer nas atividades sem a droga e busca incessante da droga, muitas vezes envolvendo-se em situações ilegais ou de risco para se conseguir a mesma. O tratamento envolve psicoterapia, educação familiar e medicamento, em alguns casos é necessário a internação hospitalar.
Transtorno de conduta, caracteriza-se por comportamentos repetitivos de contrariedade a normas e padrões sociais, conduta agressiva e desafiadora. Constitui-se em atitudes graves, sendo mais do que rebeldia adolescente e travessuras infantis. Esses adolescentes envolvem-se em situações de ilegalidade e violação do direito de outras pessoas. Aparecem roubos, destruição de patrimônio alheio, brigas, crueldade e desobediência intensa como algumas das manifestações.
O tratamento envolve basicamente psicoterapia, podendo-se utilizar medicamentos no controle da impulsividade desses pacientes. São transtornos de difícil manejo e muitas vezes necessitam de intervenções familiares e sociais.
Transtorno de ansiedade, pessoas que vivem com um grau muito intenso de ansiedade pode chegar a um prejuízo no seu funcionamento social, pode aparecer na adolescência sob a forma de ansiedade de separação, geralmente dos pais, por não conseguir manter atividades sem a presença dos mesmos. São extremamente tímidos e muitas vezes, não conseguem obter prazer em quase nenhuma atividade fora de casa. O tratamento envolve basicamente psicoterapia, podendo-se recorrer a alguns medicamentos como coadjuvante.
Transtorno psicótico, nessa fase da vida, muitos transtornos psicóticos iniciam suas manifestações. Esses transtornos são graves, muitas vezes levando o adolescente a internação hospitalar e são caracterizados por comportamentos e pensamentos muito bizarros e distorcidos frente a realidade. O tratamento baseia-se em tratamento medicamentoso com o uso de antipsicóticos e psicoterapia de apoio. São transtornos em sua maioria crônicos principalmente se não tratados.
Suicídio na adolescência, muitos transtornos da adolescência podem se manifestar com comportamento suicida. Tentativas ou ameaças de suicídio podem aparecer. Alguns comportamentos de exposição e risco também podem ser sinais de comportamento suicida na adolescência, mesmo sem a manifestação explícita dessa intenção. O comportamento impulsivo do adolescente acarreta um risco maior de tentativas de suicídio mesmo na ausência de sintomas depressivos ou uma clara ideia suicida, o que torna o adolescente muito mais vulnerável a este tipo de comportamento.
São muitas as possibilidades de transtornos mentais nessa fase do indivíduo, mas todas as situações devem ser muito bem avaliadas antes de concluir um diagnóstico, principalmente na adolescência. Além das dificuldades pessoais dos adolescentes e de sua intensa modificação corporal e mental, o que por si só já pode gerar comportamentos e sentimentos inadequados, suas atitudes podem ainda refletir problemas familiares. Assim sendo, sem uma devida avaliação do adolescente é no mínimo imprudente, caracterizá-lo como tendo uma doença mental específica.

Drogas na adolescência

O uso de drogas por adolescentes, assume uma característica cada vez mais com tendência a escalada e ao abuso e, em muitos casos, com uma clara inclinação desestruturante para a vida psíquica e interpessoal do adolescente.
Muitos fatores contribuem para o incremento deste problema que, nas duas últimas décadas, assumiu proporções preocupantes. Com o aumento do consumo, o comércio de drogas tornou-se a segunda maior fonte de renda do planeta, só perdendo para a indústria de armas e dificultando qualquer ação no terreno da prevenção.
Para Knobel, o adolescente atravessar desequilíbrios e instabilidades extremas, apresenta momentos de elação e ensimesmamento, audácia e timidez, descoordenação, urgência, desinteresse e apatia que se sucedem ou são concomitantes com conflitos afetivos, crises religiosas nas quais pode oscilar do ateísmo anárquico ao misticismo fervoroso, intelectualizações e postulações filosóficas, ascetismo, condutas sexuais dirigidas ao heteroerotismo e até homosexualidade ocasional.
Por definição, droga é toda substância lícita ou ilícita que uma vez introduzida no organismo provoca alterações no seu funcionamento.
Drogas psicoativas, são aquelas que alteram o funcionamento do sistema nervoso central, principalmente a consciência, as funções cognitivas, o afeto, senso percepção e conduta, e que podem levar a adição e a problemas físicos ameaçadores a vida.
Diversos autores apontam como preocupante, o aumento da incidência do uso abusivo de drogas entre adolescentes, principalmente álcool e cocaína.
Um fator agravante deve a associação estatisticamente significante de comorbidade.
Ainda que não exista uma psicopatologia exclusiva na relação com uso abusivo de substâncias psicoativas, vários transtornos psiquiátricos atravancam ou desencadeiam o uso abusivo das mesmas, sedo os principais, transtorno de conduta, transtorno desafiador opositivo, TDAH, depressão, transtornos ansiosos, esquizofrenia e o transtorno bipolar de humor.
Podemos definir a dependência como a participação imprescindível de uma droga na vida de um indivíduo. A dependência psíquica caracteriza-se por modificações comportamentais e psicológicas decorrentes da compulsão ao uso com o objetivo de diminuir ou prevenir o mal estar causado pela privação, havendo necessidade de consumir doses cada vez mais elevadas de uma droga para alcançar seu efeito.
Adolescente sob efeito de drogas, apresenta desinibição comportamental, perda de juízo crítico e de reflexos motores, fatos que colaboram para que algumas das principais causas de mortes entre adolescentes, como acidentes automobilísticos, suicídio, afogamentos e mortes por arma de fogo estejam relacionados em quase metade dos casos ao consumo recente de bebidas alcoólicas ou outras drogas.
Alguns sinais de alerta podem ajudar pais e professores na identificação de comportamentos relacionados ao uso de álcool e drogas, mudança de personalidade e de humor, irritabilidade, quebra de regras, brigas freqüentes com pais, comportamento irresponsável acompanhado de falta de motivação pelas atividades e baixa auto-estima. Na escola pode haver perda de interesse, queda de rendimento escolar, atitude negativista, atrasos e faltas injustificáveis, problema de disciplina, envolvimento com colegas usuários de drogas, grande mudança na aparência física, vestimentas e apresentação pessoal.
Na prevenção ao uso de álcool e drogas na escola, é de essencial importância programas educacionais, debates, conferências, palestras e encontros com pais e alunos. Dentro de casa, um importante fator é o bom relacionamento entre pais e filhos. Uma das funções da família, é dialogar, esclarecer dúvidas, ensinar limites e ajudar o adolescente a lidar com frustrações.
Quando o jovem já se tornou usuário ou dependente das drogas, o tratamento depende de diversos fatores, o tipo, a qualidade e a freqüência do uso de drogas, os prejuízos e o grau de adesão do paciente e de sua família ao tratamento.

Conflitos na adolescência

Uma das dificuldades mais comuns entre os adolescentes, é conseguir entender as mudanças que ocorrem nessa fase da vida.
É muito comum que essa dificuldade acabe por refletir em suas emoções, causando mau humor, irritação em relação a tudo o que os outros falam ou fazem, tendo a sensação de que ninguém é capaz entender seus sentimentos ou pensamentos.
A adolescência marca um período em que o futuro parece ter chegado, mudam os interesses, as exigências e as relações. Os pais não sabem como tratar seus filhos, ora são crianças demais, ora são grandes demais. Diante disso, nada mais natural do que a sensação da incompreensão vivida pelo adolescente.
Como se não bastasse tudo isso, outras exigências são impostas ao adolescente, escolher uma profissão é uma delas, surgindo muitos conflitos por causa dessa necessidade. Além disso, surgem as primeiras paixões, desilusões, a incerteza de ser amado ou atraente para a pessoa de quem se gosta.
Infelizmente, todos esses conflitos não se resolvem facilmente. A insatisfação com vários aspectos da própria vida, as incertezas sobre o amor e as angústias em torno da profissão, acompanham as pessoas pela vida a fora. Afinal, são essas angústias que fazem com que nos movimentemos procurando mudanças que melhorem nossas vidas. O que há de especial em todos esses conflitos durante a adolescência, é que eles mostram que estão crescendo e amadurecendo.
Quando aprendemos a lidar com as incertezas, ficamos mais fortes para fazer as mudanças necessárias. É esse o sentido de todas as dúvidas que povoam a adolescência.

Stress

O estresse vem atacando nosso organismo cada vez mais cedo.
No passado, não havia estudos aprofundados e foi a partir daí que o stress foi lido como o facilitador de todos os males. Hoje em dia, basta uma pessoa se irritar com qualquer coisa para alguém diagnosticar como estressada.
Segundo Hans, um famoso endocrinologista do Canadá, a definição correta para o stress, seria um conjunto de reações que o organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço para adaptação. Muitas vezes, o estressado não se dá conta da carga emocional e do seu estado de confusão mental. Os piques de humor e instabilidade gerando situações indesejadas, pode estar relacionada ao stress.
A pressão sofrida pelo adolescente para que escolha o curso certo, passe nas provas e consiga vaga em uma boa universidade, pode fazer com que ele se sinta em um estado constante de tensão, tanto pelas exigências vindas dos outros quanto pelas provenientes de si mesmo.
Nesses casos os sintomas identificados no final do ano são, dificuldade de concentração, problemas de memória, mau humor, problemas de sono, etc. Além desses, outros sinais de stress podem aparecer como se sentir preocupado e sob pressão o tempo todo, ter dificuldade para relaxar, aumento excessivo de irritabilidade, ter vontade de fugir e abandonar tudo, sentir muito medo do fracasso, perder o prazer de realizar atividades que antes eram muito agradáveis, entre outros.
Outro motivo que causa stress no adolescente, se refere a separação dos pais, que como conseqüência, pode ocasionar um acúmulo de pressões e de mudanças na rotina que pode deixar qualquer criança ou adolescente estressado. Outro caso pode ser um namoro complicado, uma gravidez inesperada, uma mudança muito brusca na rotina, o excesso de atividades, a morte de uma pessoa muito querida ou qualquer alteração muito significativa na vida.
Na correria do dia a dia, ficou difícil para todas as faixas etárias manterem-se em um patamar longe do stress. O stress é um processo, o seu desenvolvimento vai depender da resistência psicológica do indivíduo, da sua personalidade e do seu modo de perceber as coisas que se passam a sua volta. Pode ser rápido ou longo.
É importante tentar ao máximo manter-se longe da carga negativa causada pelo cotidiano, uma alimentação saudável e equilibrada, exercício físico e tentar melhorar a qualidade de vida investindo nas amizades, uma vida social e afetiva prazerosa e principalmente reservar um tempo para fazer aquilo que gosta e que o deixa relaxado. Dessa forma, desde a adolescência, é possível se prevenir contra o mal da vida moderna, preservando a saúde e o bem estar.

PSICANÁLISE

O fundador da Psicanálise foi um médico austríaco, Sigmund Freud, nascido em 1856. Estudou medicina e após o término do curso dirigiu-se a Paris para especializar-se em neurologia. Tornou-se então aluno do Dr. Charcot, que exerceu sobre Freud influência decisiva, principalmente por Charcot acreditar que as doenças mentais eram originadas de certos fatos passados na infância dos indivíduos doentes e para fazer com que seus pacientes narrassem fatos do seu tempo de criança, Charcot usava a hipnose e assim o médico com conhecimento de certos episódios emocionais na infância, descobriria as causas de suas doenças.
Em Viena, Freud associou-se ao Dr. Breur e ambos usavam o método de Charcot, isto é, hipnotizavam seus doentes de modo que contassem fatos de sua infância. Esse relato fornecia dados que auxiliavam no diagnóstico da doença e aliviavam o paciente libertando-o de alguns sintomas, a angústia, a agitação, a ansiedade, etc. Chamavam esse método de catarse. Notaram porém que essa cura era transitória, logo apareciam outros sintomas de perturbação.
Em 1922, Freud definiu a Psicanálise como um procedimento que servia para investigar processos anímicos dificilmente acessíveis por outras vias, um método de tratamento das perturbações neuróticas, fundado nessa investigação e uma série de concepções psicológicas, obtidas por esse caminho, que pouco a pouco foram se constituindo em uma nova disciplina científica. Freud, caracteriza a Psicanálise em função de uma teoria, um método e uma técnica.
Defini-se como teoria o sistema conceitual. Uma teoria se constrói a partir dos fenômenos, tentando revelar o sistema que o produz.
A partir do sintoma, do sono e do ato falho, Freud constrói uma teoria do aparelho psíquico.
O método em Psicanálise, é a associação livre e possibilita a passagem de uma teoria geral de um processo (teoria da elaboração onórica) para a compreensão de um fenômeno particular. Ou num nível mais amplo, a passagem de uma teoria geral do sujeito para o estudo de um sujeito singular e das determinações que o constituem. É a relação entre objeto teórico (teoria do inconsciente), com sua objetivação como método (associação livre, atenção flutuante) e determinação de uma técnica, o que permite transformações e articulações sobre a realidade.
Um instrumento técnico, a castração, com a qual se tenta descobrir situações históricas do paciente que possam estar determinando seu padecer atual.
Uma técnica não pode ser compreendida ou aplicada se os conceitos que a fundamentam são desconhecidos. Toda prática tem um efeito que lhe é especifico. No caso da Psicanálise, isto abre a questão do projeto terapêutico. Mencionando algumas das propostas que Freud foi elaborando ao longo de sua experiência, que são fazer consciente o inconsciente, resolver fixações infantis, colocar menos energia a serviço das defesas, ter mais capacidade de realizar sublimações e em última instância, melhorar as transações que o eu deve fazer constantemente ante as exigências contraditórias que lhe impõem o isso, o super eu e a realidade exterior.
Resumindo, a Psicanálise para Freud é uma técnica, um método terapêutico e um conjunto de concepções psicológicas convertendo-se em uma ideologia relevante frente a crise ideológica, isso faz com que em muitos pacientes encontraremos não um branco em sua história, mas um texto que vem recobrí-la.

Comportamento Adolescente

A adolescência não é um fenômeno universal. Os antropólogos constatam que as sociedades tribais não passam por esse estágio, mesmo porque o advento do mundo adulto se encontra nitidamente marcado pelos ritos de passagem. Os rituais introduzem a criança no sistema de valores bem definidos do mundo adulto, não havendo ambigüidades a respeito dos direitos e deveres que o novo estado lhe acarreta.
Em nossa cultura, não só há o período de adolescência, como a tendência é ampliá-la cada vez mais, na medida em que o tempo de estudo aumenta, adiando a entrada no mercado de trabalho.
Torna-se cheio de contradições o espaço de tempo em que a pessoa, abandonando as características infantis ainda não assumiu as obrigações e responsabilidade da vida adulta.
De início o adolescente precisa elaborar algumas perdas do corpo infantil, do papel e identidade infantis, dos pais da infância. Não se reconhece mais no seu corpo, questiona-se a respeito da própria identidade.
Além disso, vive uma situação de ambigüidade, ao mesmo tempo que hostiliza os pais, deseja sua atenção. Por outro lado, também a atitude dos pais é ambígua, pois em certos assuntos esperam dos filhos o comportamento adulto e em outros momentos, tratam-nos como crianças.
Na infância há várias alterações no desenvolvimento infantil, mas nenhuma é tão crucial como a da adolescência, não se trata de pequenas mudanças quantitativas, mas de um salto qualitativo, que traz certa perplexidade ao adolescente.

AMADURECIMENTO PSICOLÓGICO

Alguns especialistas acreditam que a adolescência nos dias atuais pode se estender em muitos casos até a faixa dos trinta anos.
Winnicott, psicanalista inglês, refere-se ao contexto da adolescência dentro da teoria do amadurecimento pessoal, enfatizando o rearranjo psíquico que ocorre de acordo com os padrões organizados na primeira infância e apresentando algumas características dessa fase, como a imaturidade e o isolamento. Outros elementos são articulados, como a luta para sentir-se real, a repulsa pelas falsas soluções, as fantasias inerentes às escolhas objetais e os problemas que daí decorre. Articula-se o papel dos pais e professores como fundamental para a contenção e fornecimento de realidade.
Apresenta-se a problemática da distinção das patologias que se confundem com a adolescência normal e a relação destas com as tendências anti-sociais.
Segundo a teoria de winnicott, o seu humor pode se desenvolver através de uma tendência inata a integração e ao amadurecimento. Porém, nada se realiza sem uma provisão ambiental suficientemente boa, que estabelece com a genética um entrelaçamento complexo.
O adolescente repete a batalha do bebê, torna-se apto a se relacionar com objetos fora de seu controle mágico, reconhecendo objetos que não são parte dele.
A luta do adolescente concentra-se em descobrirem-se em seus elementos destrutivos e amorosos. Discutem-se algumas características da sexualidade do adolescente, bem como de suas fantasias agressivas. A imaturidade desse período é considerada como germe das mudanças da sociedade e é enfatizada como algo necessário, que só o tempo pode curar. Algumas peculiaridades do adolescente, como a luta para sentirem-se reais e a recusa de falsas soluções são discutidas como elementos a mais no desafio que o adolescente oferece a seus pais.
A adolescência para winnicott, é uma fase de crescimento normal que compreende a puberdade e suas inerentes mudanças sexuais, bem como a busca do adolescente em tornar-se adulto. Nessa fase há um quadro confuso, em que ocorre a oscilação entre dependência e arrogância em relação aos pais e a sociedade.
O modo como o adolescente enfrenta as mudanças e lida com as ansiedades decorrentes das mesmas, baseia-se no padrão organizado desde os primeiros tempos da infância. Esse padrão é uma boa parte inconsciente e também marcado por aquilo que a criança não viveu. Assim os sucessos e os fracassos do bebê e da criança em lidarem com seus sentimentos retornam para acomodar-se. Já a criança bem cuidada chega a adolescência com um método para atender aos novos sentimentos, tolerar situações de apuro e rechaçar situações que envolvam ansiedades intoleráveis. O fato dos pais terem fornecido um bom início, não implica a ausência de problemas. Há uma longa luta na qual os pais precisam sobreviver.

Filosofia da linguagem

Considerando o homem um ser que fala e a palavra a senha de entrada no mundo humano, vamos examinar mais profundamente o que vem a ser a linguagem especificamente humana.
O homem é o único animal capaz de criar símbolos em relação ao objeto que representam e, por isso mesmo, convencionais, dependentes de aceitação social. É só a partir dessa aceitação que podemos nos comunicar. A linguagem, portanto, é um sistema de representações aceitas por um grupo social, que possibilita a comunicação entre integrantes desse mesmo grupo.
A linguagem é um dos principais instrumentos na formação do mundo cultural, pois é ela que nos permite transcender a nossa experiência.
O simples pronunciar de uma palavra torna presente à nossa consciência, o objeto a que ela se refere. Através da linguagem criamos um mundo estável de idéias que nos permite lembrar o que já foi e projetar o que será.
Pela linguagem, o homem deixa de reagir somente ao presente, ao imediato, passa a poder pensar o passado e o futuro, com isso, a construir o seu projeto de vida.
Toda a linguagem é um sistema de signos. O signo é uma coisa que está em lugar de outra, sob algum aspecto, gestos, números, palavras, desenhos, etc.
Assim como existem diversos tipos de linguagem, existem diversos tipos de pensamentos. O concreto, que se forma a partir da concepção, o abstrato que estabelece relações que cria os conceitos e as noções gerais e abstratas, é imediato e racional.
Para cada tipo de pensamento há um tipo de linguagem adequado.
Para o pensamento abstrato e conceitual, a língua se apresenta como condição necessária, por ser um sistema de signos simbólicos, que nos permite transcender o dado vivido e construir um mundo de idéias.
Assim podemos dizer que a estruturação da língua influencia a percepção da realidade e o nível de abstração e generalização do pensamento.
Por outro lado, outros tipos de linguagem em especial a linguagem artística, são mais adequados ao pensamento concreto.
Além do pensamento, a linguagem também mantém estreita estreita relação com a cultura. Nas línguas há modificações de repertório e semânticas a partir das novas descobertas e do desenvolvimento da técnica. Nas artes, as reestruturações da linguagem respondem as mudanças de valores, de anseios e de buscas no seio da cultura de cada sociedade.

Comportamento dos pais na infância dos seus filhos

COMPORTAMENTO DOS PAIS DURANTE A INFÂNCIA DOS SEUS FILHOS

O surgimento da doença mental, é avassalador para a relação com a família, principalmente quando se manifesta em crianças e adolescentes. Causando mudanças na dinâmica da família, gerando perturbações que podem atingir o vínculo do casal, o desempenho dos papeis de pai e mãe e também o relacionamento entre os irmãos, colocando o grupo no enfrentamento de situações adversas.
Entre os estressores psicossociais que podem intensificar ou contribuir para o surgimento de sintomas psiquiátricos mais comuns nessa fase da vida, está a relação familiar. Problemas como discórdia familiar, pai ou mãe com transtorno mental, rejeição, abandono, maus tratos, são fatores que podem causar um ambiente familiar caótico, interferindo na saúde emocional, agravando estados psiquiátricos já existentes ou contribuir para a sua eclosão.
Outro aspecto a ser considerado, é que o surgimento da doença, geralmente, pega a família despreparada para lidar com essa realidade.
Se cuidarmos apenas dos sintomas apresentados pelas crianças e não atentarmos para os estressores psicossociais que incidem sobre o seu grupo familiar, dificilmente podemos vislumbrar possibilidades para uma vida com melhor qualidade e que estimule a confiança e autonomia.
Os pais e familiares, necessitam de cuidados e apoio emocional em seu sofrimento, angústias, conflitos e dores.
A família destaca-se por possuir valores, crenças e costumes que muitas vezes são transmitidos de geração para geração, assim como a criança também pode conviver com a violência, a mentira, o desrespeito e tantos outros maus tratos que prejudicam a formação da personalidade da criança e podem comprometer a saúde mental dessa criança no futuro (ansiedade, depressão, isolamento social, suicídio, abuso de drogas, transtorno de conduta, etc.).
Outras conseqüências da violência na família contra a criança, incluem atrasos no desenvolvimento cognitivo, déficit intelectual e fracasso escolar, além de violência e criminalidade na adolescência e na vida adulta.
A função dos pais é de socialização das crianças e responsável pelo apoio físico, emocional, educacional e social da criança.
Todas as atitudes que contribuem para relações mais harmoniosas, que resultam em maior tolerância e compreensão, na tentativa de construção ou reconstrução da família, contribuem para o bem estar de todos os membros da família.
Alguns estudos apontam que há mudanças nas relações e rotinas familiares com a presença de um portador de transtorno mental, por isso manter algumas atividades em família, é uma forma de manter a união da família.

Teoria Psicanalítica do desenvolvimento Infantil

De acordo com a psicanálise, o desenvolvimento infantil se dá desde o nascimento da criança. Quando a criança nasce, ela está com o seu aparelho imaturo. Essa imaturidade a leva a uma descordenação de movimentos, característica de um cérebro em desenvolvimento, movimentos reflexos são gradativamente substituídos por atividades voluntárias a medida que seu desenvolvimento neurológico se dá. Isso se caracteriza pelo controle do corpo, da cabeça para os pés e do centro do corpo para as extremidades. Quanto ao desenvolvimento da linguagem, é um processo muito dinâmico, relacionado a diferentes fatores determinantes. O meio cultural, as pessoas ali inseridas, os costumes sociais e familiares, a relação com a comunidade, a escola, levando cada criança de um modo diferenciado, a apropriação da linguagem a medida que participa ativamente das interações com esses segmentos.
A medida que a criança vai ganhando autonomia com o uso de sua linguagem, vai necessitando de mais participação da linguagem do outro e de sua diversidade conceitual para formar o seu próprio discurso.
No desenvolvimento infantil, a Psicanálise também revelou toda uma gana de fatores que indicavam os princípios das funções sexuais no início da vida extra uterina, as comprovações iniciais da sexualidade em crianças foram obtidas por meio de exame analítico. Vale afirmar que Freud afirmava que a sexualidade não estava relacionada apenas aos órgãos genitais, estendendo-se a diversas partes do corpo. A amamentação era entendida como uma experiência sexual da criança, geradora de prazer.
A primeira área de prazer do ser humano, é a boca. É por meio dela que o bebê sacia a sua fome e tem sua fonte do prazer.
A boca também é um importante meio utilizado pelo bebê para conhecer o mundo. É por ela que ele morde, agarra, experimenta os objetos. Por isso, esta primeira fase do desenvolvimento é denominada fase oral.
Em um segundo momento do desenvolvimento, quando o bebê tem de 1 a 2 anos de idade, ele descobre novas maneiras de ver o mundo e começar a desviar os seus interesses da boca, voltando para outras partes do corpo. Nesse período, a criança começa a controlar fezes e urina e direciona a sua atenção para o funcionamento anal.
Outro aspecto que também acaba sendo fonte de curiosidade para as crianças de 3 a 4 anos de idade, é a descoberta da diferença entre os sexos.
A próxima etapa de 3 a 7 anos, é considerada a fase fálica, na qual as crianças vão se interessar pelo falo (pênis) e se acentuam as discussões sobre as diferenças anatômicas. Também aparece a identificação dos filhos com os pais do mesmo sexo.
Posteriormente de 7 a 12 anos, é a chamada fase da latência, na qual os meninos e as meninas se interessam mais por brincar em grupos separados por sexo, nesse período, não priorizam ou não estão muito atentos as questões da sexualidade.
Com início da puberdade aos 12 anos, inicia-se a fase genital, em função das questões hormonais, havendo um retorno do interesse pela sexualidade.
Fase oral
É a fase de organização libidual que se estende desde o nascimento até o desmame.
Gradativamente a criança identifica-se com a sua mãe e se desenvolve armazenando passivamente as palavras, os sons, as imagens e as sensações.
As primeiras palavras são uma conquista que exige esforço, recompensados pela energia e as carícias do meio familiar, paralelamente aparece a dentição com sofrimentos que exigem ser aliviados pelo ato de morder.
De acordo com Barros (1993) para a concepção psicanalítica, a passagem segura pela fase oral, tem conseqüências muito importantes na vida dos indivíduos. Se as necessidades forem satisfeitas, a pessoa crescerá de maneira psicologicamente saudável, se não o forem, seu ego está comprometido. Alguns psicanalistas atribuem o alcoolismo por exemplo, às frustrações na fase oral.
Freud também considera que pessoas que fumam ou roem unhas, e aquelas que tem obsessão por comer, são fixadas na fase oral. Elas utilizam a boca para aliviar suas ansiedades e tensões.
Fase anal
Nessa fase, o sujeito atinge um maior desenvolvimento neuromuscular, a libido que provocava a sucção lúdica da fase oral, provoca agora a retenção lúdica das fezes e da urina. Parece ser esta a primeira descoberta do prazer auto-erótico, que é um dos componentes normais da sexualidade. A atuação materna determina a atmosfera agradável ou não no uso do banheiro pela criança. Nessa fase a criança teme de forma acentuada a rejeição dos pais se não conseguir controlar as fezes e a urina.
Para Barros, as conseqüências futuras para uma criança que se fixa na fase anal, traz dificuldades de desprendimento material, que prejudicam o ego da pessoa adulta. Os psicanalistas atribuem a avareza, a exagerada preocupação com a limpeza e a meticulose, (no adulto), as frustrações ocorridas na fase anal.
Fase fálica
Nessa fase, Freud denominou Complexo de Édipo nos meninos e Complexo de Electra nas meninas.
No decorrer da fase anal, sucedem-se vários processos e ocorrências. Desses, destaca-se o Complexo de Édipo, pois em torno dele se dá a estruturação da personalidade do indivíduo. Acontece entre os 2 e 5 anos de idade. A mãe é o objeto de desejo do menino e o pai é o rival que impede seu acesso ao objeto desejado nesse período, o menino busca competir com o pai para conseguir o amor da mãe. Ele fica muito envolvido com ela, tem ciúmes da mãe e procura imitar o pai. É solicito com a mãe, tenta resolver os problemas e ajudá-la. Esse processo também ocorre com as meninas, sendo invertidas as figuras do desejo e de identificação.
Segundo Freud, a passagem do menino pelo Complexo de Édipo e da menina pelo Complexo de Electra, são momentos importantes na vida das crianças, pois tanto os meninos como as meninas precisam se identificar com os pais para adquirir os seus padrões e valores.
Fase de latência
Nessa fase, as crianças se interessam por atividades culturais, lazer e atividades escolares, são ativas nessas áreas, mas em relação a sexualidade ficam passivas.
Aparecem barreiras mentais que impedem que a criança manifeste seu libido, ela tem vergonha de mostrar suas emoções e os impulsos sexuais são sublimados para outras atividades.
Fase genital
Essa fase depende do desenvolvimento saudável da fase anterior, a da latência.
Com o aparecimento da ejaculação, no menino, bem como do fluxo menstrual e do desenvolvimento mamário da menina, a puberdade proporciona elementos que faltam para a compreensão do papel do homem e da mulher na reprodução.
O adolescente começa a se conscientizar de sua identidade sexual.

Características cognitivas nos transtornos mentais infantis

CARACTERÍSTICAS COGNITIVAS NOS TRANSTORNOS MENTAIS INFANTIS

As características cognitivas nos transtornos mentais infantis, são aquelas onde existe uma causa básica para todos os sintomas que acompanham as síndromes causando um prejuízo cognitivo importante, se manifestando em déficit de memória, atenção e concentração.

Autismo
Considerando-se o desenvolvimento cognitivo, observa-se pequeno número de inteligência normal.
Tal fato é enfatizado considerando-se real a ligação entre o autismo e a deficiência mental, estabelecendo-se a noção de um. A teoria meta representação é uma teoria cognitiva que considera como fundamental a incapacidade do autista de compreender os estados mentais dos outros. Assim sendo, os déficits pragmáticos de relacionamento social e de linguagem seriam dela decorrentes. Considera assim que o autismo é causado por um déficit cognitivo central.
Outros estudos também enfatizam a questão cognitiva, embora procurando funções mais especificamente comprometidas como sendo as responsáveis pela constelação sintomatológica.
Segundo Rilvo (1976) o autismo é relacionado a um déficit cognitivo considerando-o não uma psicose e sim um distúrbio do desenvolvimento.

Síndrome de Asperger
A síndrome de Asperger, assim como o Autismo, é um transtorno de desenvolvimento nos quais ocorre uma ruptura nos processos fundamentais de socialização, comunicação e aprendizado. Tanto o Autismo quanto a Síndrome de Asperger são conhecidos como transtornos invasivos de desenvolvimento.
Considerando a representação social do Autismo, os indivíduos com Síndrome de Asperger encontram-se isolados mas não são inibidos na presença dos demais, estabelecendo com o interlocutor, uma conversação em monólogo caracterizada por uma linguagem prolixa, pedante, sobre um tópico favorito e normalmente não usual e bem delineado.
Podem expressar interesse em fazer amizades e encontrar pessoas, mas seus desejos são invariavelmente frustrados por suas abordagens desajeitadas e pela insensibilidade em relação aos sentimentos e intenções das demais pessoas e pelas formas de comunicação não literais e implícitas que elas emitem.
Algumas crianças com Síndrome de Asperger, desenvolvem sintomas de ansiedade ou de humor que podem requerer tratamento, incluindo medicação.
Crianças com Síndrome de Asperger, podem ter um histórico de aquisição atrasada das habilidades motoras, tais como andar de bicicleta, agarrar uma bola, subir em brinquedos de parquinho. Visivelmente são desajeitados e podem exibir padrões de andar arqueados ou aos saltos e uma postura bizarra.

Transtorno Desafiador Opositivo
As crianças com Transtorno Desafiador Opositivo (TDO), não participam de atividades em grupo recusam a pedir ou aceitar ajuda dos professores, querem sempre solucionar seus problemas sozinhos, discutem com professores e colegas, não aceita ordens, não realizam deveres escolares, não aceitam críticas, quer tudo a seu modo.
Crianças inseridas em ambientes domésticos caóticos e problemáticos, possuem maiores chances de apresentarem o transtorno. Comumente observa-se crianças com este diagnóstico vivendo em lares onde os pais não estabelecem limites aos filhos, em contrapartida também em lares opressores e de normas demasiadamente rígidas. Nesse caso a criança convive diariamente com a violência, agressividade, hostilidade e brigas dos pais. Essa criança pode assumir o comportamento dos pais como "normal" e levar essa conduta aprendida para o ambiente escolar.

Transtorno de Conduta
A criança com transtorno de conduta, costuma apresentar um comportamento inadequado na escola, mentiras brigas corporais, mata aula, destrói carteiras, rouba material escolar, age com agressividade e ameaças contra professores e alunos, hostilidade com colegas da turma, se isolam geralmente são os autores de bullying, tem um desempenho escolar fraco e baixo nível intelectual.
Na escola, professores e funcionários podem encontrar mecanismos mais adequados para reintegrar o aluno com transtorno de conduta em sala de aula.

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
Na escola a criança com TDAH, deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido em atividades escolares, de trabalhos e outras. Apresentam dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas. Parece não escutar quando lhe dirigem a palavra, não segue instruções e não termina seus deveres escolares, apresenta dificuldades para organizar tarefas e atividades, perde coisas necessárias para atividades e apresenta esquecimento em atividades diárias, causando um baixo rendimento escolar, a criança não consegue acompanhar sua turma, sendo muitas vezes reprovado levando essa criança a baixa auto-estima e falta de motivação nos estudos.

Transtornos associados ao consumo de Drogas
Os trans tornos associados ao consumo de drogas são transtorno de condutas, transtorno desafiador opositor, TDAH, depressão, ansiedade, esquizofrenia e o transtorno bipolar do humor.
O trabalho de prevenção ao uso de álcool e drogas na escola, é de essencial importância, visto que o início de seu uso, na maioria das vezes, ocorre com colegas de sala de aula, dentro do ambiente escolar.
Debates, conferências, palestras e encontros com pais e alunos podem ser estimulados para orientar os alunos.
Quanto ao desenvolvimento escolar, apresenta perda de interesse, queda de rendimento escolar, atitude negativista, atrasos e faltas injustificáveis, problemas de disciplina. Sintomas como fadiga, problemas do sono, dores de cabeça, enjôos e mal estar.

Abuso sexual infantil
O abuso sexual infantil contra a criança, é considerada um problema de saúde pública, trazendo sérias consequências para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social da vítima e de sua família. Essa forma de violência pode ser definida como qualquer contato ou interação entre uma criança e alguém em estágio psicosexual mais avançado, podendo incluir toques, carícias, sexo oral ou relações com penetração (digital, genital ou anal). O abuso sexual também inclui situações nas quais não há contato físico, tais como voyerismo, assédio e exibicionismo.
Essas interações sociais são impostas às crianças pela violência física, ameaças ou indução de sua vontade.
O abuso sexual pode afetar o desenvolvimento da criança de diferentes formas, enquanto umas apresentam efeitos mínimos ou nenhum efeito aparente, outras desenvolvem graves problemas emocionais, sociais e/ou psiquiátricos. Podendo desenvolver quadros de depressão, transtorno de ansiedade, alimentares, dissociativos, hiperatividade e déficit de atenção, transtorno de personalidade, boderline e a psicopatologia mais citada, é o transtorno de estresse pós-traumático.
Dentro de uma perspectiva cognitiva, esse transtorno causa prejuízos neuropsicológicos, aprendizagem verbal, memória e atenção.
A criança exposta a eventos traumáticos, como por exemplo, abuso sexual infantil, pode interferir no processo de maturação e organização cerebral.

Retardo Mental
As características cognitivas no retardo mental, se dão pelo comprometimento durante o desenvolvimento mental que determina o nível global de inteligência, isto é, das funções cognitivas, de linguagem, da motricidade e do comportamento social.

Transtorno de aprendizagem
Afasia congênita, também chamada de transtorno grave de elaboração da linguagem, caracteriza-se pelo não aparecimento da linguagem em algumas crianças que não apresentam outras condições como surdez, autismo, oligofrenia que explicariam tal fato.Esse transtorno afeta a expressão e compreensão.
Dislalia, é quando ocorre erros na articulação dos sons da fala, como, omissão, substituição e distorção de fonemas não decorrentes de alterações neurológicas, e sim devido a alterações funcionais. Pode também estar associada a um atraso geral do desenvolvimento e também a déficit cognitivo.
Disartria, é um problema articulatório que se manifesta na dificuldade para realizar alguns ou muitos movimentos necessários a emissão verbal. É caracterizado por transtorno da expressão verbal, de causa neuropatológica, por doenças generativas, encefalites, lesões vasculares, exposições tóxicas e outros. Envolve disfunções motoras da respiração, fonação, ressonância, articulação e prosódia.
Quando ocorre lesão de algum componente motor da fala, é observado modificações do movimento voluntário, automático e reflexo, produzindo hipotonia, paralisia ou espasmos na expressão verbal.
Disfonia é definida como uma alteração indesejada da qualidade vocal, envolvendo diversos aspectos, altura, intensidade, estabilidade da voz, etc. A Disfonia pode ser de origem orgânica, funcional ou psicogênica.
Atraso de linguagem pode ser definido como a ausência do surgimento da linguagem no período em que ela deveria ocorrer para a idade na qual a criança se encontra. As bases do atraso de linguagem na maioria das vezes tem uma causa social, fatores biológicos (disfunção cerebral mínima) associados ou causadores do quadro. É comum as crianças com atraso de linguagem de causa biológica apresentarem também TDAH, transtorno de comportamento com déficit de atenção e memória, defeitos articulatórios, mobilidade oral alterada entre outras características não presentes no atraso de linguagem simples.
Discalculia se caracteriza pela dificuldade que a criança apresenta em quantificar, numerar ou calcular.
A discalculia ocorre em razão de uma falha na formação dos circuitos neurais, ou seja, na rede por onde passam os impulsos nervosos.
Gagueira é um distúrbio que afeta a fala e caracteriza-se por interrupções no ritmo e na melodia do discurso, se apresentando em repetições, bloqueios, prolongamentos, hesitações, movimentos associados e evitação de palavras.
Dislexia, dificuldade de aprendizagem na qual a capacidade de uma criança para ler ou escrever está abaixo do seu nível de inteligência ou seja, insuficiência para assimilar os símbolos gráficos da linguagem. A dislexia é de origem congênita e hereditária e seus sintomas podem ser identificados logo cedo em crianças que demoram para falar ou trocam o som das letras e tem dificuldade para ler e escrever. As crianças disléxicas possuem falhas nas questões cerebrais, elas podem contar apenas com a região do cérebro responsável por processar fonemas e sílabas, enquanto a área responsável pela análise de palavras, não exerce a sua função.
A criança disléxica apresenta fraco desenvolvimento de atenção atraso no desenvolvimento da fala e escrita, atraso no desenvolvimento visual, falta de coordenação motora, dificuldade em aprender rimas, dificuldade de acompanhar histórias, dificuldade com a memória imediata e a organização em geral, inversão de letras e números e falhas na elaboração de orações complexas e na redação espontânea.
Quanto mais cedo identificado, menores serão os prejuízos na escola e social a que essa criança estará exposta. Muitas vezes elas apresentam baixa auto-estima e são estigmatizadas como crianças que não aprendem ou não se esforçam.

Depressão infantil
O transtorno depressivo produz dificuldades sociais e escolar que podem comprometer o desenvolvimento e funcionamento social da criança e de suas relações interpessoais. Crianças depressivas apresentam tristeza, apatia, isolamento em sala de aula, falta de motivação e humor deprimido. Contudo, é comumente observado um humor irritável ou instável. O desempenho escolar, quase sempre acompanha o transtorno, porque crianças com depressão não conseguem concentrar-se, há perda de interesse pelas atividades.
Acredita-se que a depressão infantil é causada por fatores genéticos associados a fatores bioquímicos e ambientais.

Transtorno Bipolar de Humor
O transtorno bipolar de humor na infância afeta consideravelmente a vida da criança, caracterizado principalmente pela fase maníaca com alteração ou oxilação do humor.
Na escola é observado piora no desempenho escolar, acompanhado de dificuldade de concentração, distração, agitação e inquietação, irritabilidade, instabilidade emocional e acessos de raiva.
Não existe uma causa específica para o surgimento do transtorno, entretanto as principais hipóteses relacionam fatores genéticos ligados a alterações químicas no cérebro.

Retardo Mental
O retardo mental é caracterizado por habilidades intelectuais abaixo da média, essas limitações causam diversos problemas no funcionamento diário, na comunicação, interação social, habilidades motoras, cuidados pessoais e na vida escolar.
Segundo os critérios diagnósticos utilizados pela Organização mundial de saúde temos quatro tipos de retardo mental, leve, moderado, grave e profundo.
A criança com retardo mental leve apresenta atraso na linguagem, entretanto conseguem comunicar-se e acompanhar os estudos até certo ponto e apresentam independência nos cuidados pessoais. Com o devido acompanhamento médico e terapêutico conseguem viver vida independente, ter trabalho, casar e administrar seu lar.
No retardo mental moderado, a criança apresenta maior dificuldade na compreensão e no uso da linguagem. Cuidados pessoais e habilidades são limitadas e podem precisar de ajuda durante toda vida.
Crianças com retardo mental grave e profundo apresentam maiores prejuízos intelectuais, funcionais e motores, apresentam déficits visuais e auditivos indicando presença de lesões orgânicas ou desenvolvimento inadequado do cérebro. Essas crianças necessitarão de atenção e cuidados especiais por toda a vida.
Uma vez que o retardo mental não tem cura, deve ser feito um trabalho educacional especial sempre respeitando as limitações da criança.

Transtornos Psiquiátricos na Infância

TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS NA INFÂNCIA
O período mais intenso de desenvolvimento da criança, é no seu primeiro ano de vida, por isso, é importante a participação dos pais nesse processo. Praticando os cuidados necessários e com afetividade, proporcionará ao bebê uma integrada condição emocional.
Todas as crianças tem possibilidade de aprender e gostam de fazê-lo, e quando isso não ocorre é porque algo não está indo bem com ela, podendo estar se manifestando algum transtorno que interfere na aprendizagem de habilidades motoras e de comunicação. É comum a presença de mais de um transtorno numa única criança. Muitas vezes estão relacionados com o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
O TDAH tem três características básicas, a desatenção, a agitação e a impulsividade, podendo levar a dificuldades emocionais, de relacionamento familiar e social como também a um baixo desempenho escolar. A criança com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade tem maior probabilidade de apresentar outros transtornos acompanhados de ansiedade e depressão.
O TDAH deve ser diagnosticado e tratado ainda na infância para não causar maiores prejuízos no desenvolvimento interpessoal e escolar da criança.
O tratamento envolve intervenção psicoterápica, orientação para a família e uso de medicação se necessário.
Estão relacionados com o comportamento na infância que são, transtorno de oposição e desafio e o transtorno de conduta.
O transtorno de oposição e desafio se define como um padrão persistente de comportamento negativista, hostil, desafiador e desobediente nas interações sociais com adultos e figuras de autoridade em geral, como pais, tios avós e professores.
As principais características são, perda frequente de paciência, discussões com adultos, desafio e recusa a obedecer solicitações ou regras. Apresentam baixa auto-estima, fraca
tolerância a frustrações, humor deprimido, ataques de raiva e possuem poucos amigos. Os sintomas serão melhores observados em casa e na sala de aula.
É comum a criança apresentar outro transtorno comportamental associado. Quando não tratado pode evoluir para o transtorno de conduta na adolescência, diante desse fato, o diagnóstico e tratamento precoce podem exercer um importante papel preventivo. Considera-se que as causas desse transtorno deve a convivência da criança em ambientes caóticos e problemáticos, lares opressores e quando os pais não estabelecem limites.
O tratamento medicamentoso apresenta bons resultados e também a utilização de técnicas cognitivo-comportamentais e o treinamento de habilidades sociais. Orientação a pais e professores são de extrema importância para o sucesso do tratamento.
O transtorno de conduta, é um transtorno que apresenta um conjunto de alterações comportamentais, agressivas, desafiadoras e anti-social.
Associado a esse transtorno podemos observar outros transtornos comportamentais da infância e adolescência, os transtornos mais comuns são o de humor, de ansiedade, TDAH e por uso de drogas. O curso do transtorno de conduta é variável, podendo regredir ou continuar na vida adulta.
O tratamento envolve intervenções com medidas sócio-educativas, treinamento de habilidades sociais, técnicas cognitivas comportamentais com envolvimento do adolescente, dos pais e escola. A utilização de medicamento pode ser eficaz no manejo dos sintomas.
O tratamento de outros transtornos associados ao transtorno de conduta, também auxiliam na melhoria dos sintomas.


Transtornos Depressivos na Infância
Os transtornos depressivos ocorrem tanto em meninos quanto em meninas.
Os sintomas podem ser isolamento, calma excessiva, agitação, conduta agressiva, carência afetiva e dificuldade de socialização. As queixas mais comuns são, dificuldade do sono, alteração do padrão alimentar, falta de ar, dores de cabeça e no estômago, problemas intestinais e suor frio.
O transtorno depressivo na infância é classificado em duas formas, distimia (mal humor) e síndrome depressiva completa (todos os sintomas descritos anteriormente). O tratamento utiliza medicamentos antidepressivos e acompanhamento psicológico. Internações são necessárias quando a criança apresenta quadro psicótico(fora da realidade) o que é raro, ou quando existe risco de suicídio.

Transtornos Globais de Desenvolvimento (autismo infantil)
O autismo é um transtorno invasivo de desenvolvimento identificado por volta dos 2 anos de idade. Quando bebês, apresentam déficit no comportamento infantil, tendem a evitar contato visual e mostram-se pouco interessado na voz humana.
Quando crianças , não seguem seus pais pela casa e não demonstram ansiedade de separação dos mesmos, não se interessam em brincar com os outros e suas ações podem se limitar a atos repetitivos e estereotipados. Os autistas podem se sentir incomodados por pequenas mudanças em sua rotina diária, resultando muitas vezes em violentos ataques de raiva.
Adolescentes autistas podem adquirir sintomas obsessivos e apresenta também comportamento compulsivo e ritualístico. A inteligência está comprometida e em alguns casos podem apresentar retardo mental, contudo, algumas crianças podem frequentar escola e ter um desempenho regular.
Suas causas permanecem desconhecidas mas, estudos indicam relações com fatores genéticos.
Alterações estruturais cerebrais, fatores imunológicos, neurológicos,, bioquímicos, além de fatores congênitos como, rubéola materna, encefalite e meningite podem predispor a criança ao autismo.
O tratamento é feito com intervenções conjuntas, englobando educação especial, aconselhamento de pais, terapia comportamental, treinamento de habilidades sociais e medicação.
Outras formas de transtornos globais de desenvolvimento são: autismo típico, síndrome de rett, transtorno desintegrativo da infância e síndrome de asperger.

Transtornos de Tique
Transtornos de Tique se caracteriza por movimentos ou vocalizações que ocorrem subitamente de maneira rápida e são involuntários, podendo ser classificados em tiques motores e vocais.
Os tiques motores, se manifestam por contrações repetitivas e rápidas de grupamentos musculares como piscar os olhos, encolher os ombros, espasmos de pescoço e fazer careta. Podendo ser de formas mais graves quando um número maior de grupamentos musculares estão envolvidos, atos de cheirar objetos, saltar, tocar e até a exibição de gestos obscenos.
Os tiques vocais são vocalizações rápidas, repetitivas, involuntárias e recorrentes por ato de tossir, pigarrear, roncar e fungar, podendo se tornar mais complexos quando incluem repetição de palavras, frases ou até disparo de palavras obscenas fora do contexto.
Quando criança, pode ocorrer tiques esporádicos frequentemente associados ao estresse, nesse caso não é necessário o tratamento, pois desaparecem com o tempo.

Transtornos de Excreção
Esse transtorno abrange a enurese e a encoprese.
A enurese diz respeito a eliminação de urina de dia e/ou a noite, a qual é anormal em relação a idade da criança, com uma frequência de duas vezes por semana, por pelo menos três meses.
A encoprese é a evacuação repetida de fezes em roupa ou chão involuntária ou intencional. Para ser diagnosticado, é necessário que o sintoma ocorra pelo menos uma vez por mês, por no mínimo três meses com crianças com mais de 4 anos. Ambas podem ocorrer pelo nascimento de um irmão, separação dos pais ou outro evento que possa traumatizar a criança.
O tratamento abrange psicoterapia e utilização de medicamento.

Transtornos de ansiedade na infância
A ansiedade é um transtorno caracterizado por tensão ou desconforto derivados de uma antecipação de perigo. O transtorno é desenvolvido por vários fatores, genético e ambientais.
Os sintomas podem ocorrer em depressões, psicoses, transtorno do desenvolvimento, transtorno hipercinético, entre outros.

Transtorno de ansiedade de separação
A característica desse transtorno é o aparecimento de ansiedade excessiva e inapropriada frente a separação de familiares e pessoas que a criança é apegada. Apresentam manifestações somáticas de ansiedade, dor abdominal, dor de cabeça, náusea, vômitos, palpitações, tonturas e sensação de desmaio. Os sintomas incluem, pesadelos envolvendo separação e relutância para separar dos pais e ir a escola.
O tratamento indicado para esse transtorno é psicoterapia individual com orientação familiar e intervenções farmacológicas quando os sintomas são graves e incapacitantes.

Fobias específicas e fobia social
A fobia específica se caracteriza pela presença de medo exagerado e persistente na presença de situações ou objetos específicos. Se a criança ou adolescente for exposto a situação temida, pode desencadear respostas ansiosas imediatas, que se manifestam em nervosismo, choro, ataques de pânico e irritabilidade.
Os medos mais comuns na infância são de pequenos animais, injeções, escuridão, altura e ruídos intensos. Essa fobia se diferencia por não serem adaptativos e que fogem do controle da criança.
A fobia social é caracterizada por um medo intenso de situações onde a criança se vê exposta a avaliação dos outros, interferindo na rotina escolar, ocupacional e nas relações da criança com sua família, seus amigos e colegas de sala de aula. Quando expostas é comum apresentarem palpitações, tremores, calafrios, calores, sudorese e náusea.
O tratamento recomendado é a psicoterapia cognitivo-comportamental.


Resumo baleado nas seguintes leitura:
Texto- Transtornos Psiquiátricos na Infância (Dr. Alice S. Koch e Dr. Dayane D. Da Rosa)
Livro- Transtornos Comportamentais na Infância e Adolescência (Dr. Gustavo Teixeir