domingo, 3 de abril de 2011

Características cognitivas nos transtornos mentais infantis

CARACTERÍSTICAS COGNITIVAS NOS TRANSTORNOS MENTAIS INFANTIS

As características cognitivas nos transtornos mentais infantis, são aquelas onde existe uma causa básica para todos os sintomas que acompanham as síndromes causando um prejuízo cognitivo importante, se manifestando em déficit de memória, atenção e concentração.

Autismo
Considerando-se o desenvolvimento cognitivo, observa-se pequeno número de inteligência normal.
Tal fato é enfatizado considerando-se real a ligação entre o autismo e a deficiência mental, estabelecendo-se a noção de um. A teoria metarepresentação é uma teoria cognitiva que considera como fundamental a incapacidade do autista de compreender os estados mentais dos outros. Assim sendo, os déficits pragmáticos de relacionamento social e de linguagem seriam dela decorrentes. Considera assim que o autismo é causado por um déficit cognitivo central.
Outros estudos também enfatizam a questão cognitiva, embora procurando funções mais especificamente comprometidas como sendo as responsáveis pela constelação sintomatológica.
Segundo Rilvo (1976) o autismo é relacionado a um déficit cognitivo considerando-o não uma psicose e sim um distúrbio do desenvolvimento.

Sindrome de Asperger
A síndrome de Asperger, assim como o Autismo, é um transtorno de desenvolvimento nos quais ocorre uma ruptura nos processos fundamentais de socialização, comunicação e aprendizado. Tanto o Autismo quanto a Sindrome de Asperger são conhecidos como transtornos invasivos de desenvolvimento.
Considerando a representação social do Autismo, os indivíduos com Sindrome de Asperger encontram-se isolados mas não são inibidos na presença dos demais, estabelecendo com o interlocutor, uma conversação em monólogo caracterizada por uma linguagem prolixa, pedante, sobre um tópico favorito e normalmente não usual e bem delineado.
Podem expressar interesse em fazer amizades e encontrar pessoas, mas seus desejos são invariavelmente frustrados por suas abordagens desajeitadas e pela insensibilidade em relação aos sentimentos e intenções das demais pessoas e pelas formas de comunicação não literais e implícitas que elas emitem.
Algumas crianças com Síndrome de Asperger, desenvolvem sintomas de ansiedade ou de humor que podem requerer tratamento, incluindo medicação.
Crianças com Síndrome de Asperger, podem ter um histórico de aquisição atrasada das habilidades motoras, tais como andar de bicicleta, agarrar uma bola, subir em brinquedos de parquinho. Visivelmente são desajeitados e podem exibir padrões de andar arqueados ou aos saltos e uma postura bizarra.

Transtorno Desafiador Opositivo
As crianças com Transtorno Desafiador Opositivo (TDO), não participam de atividades em grupo recusam a pedir ou aceitar ajuda dos professores, querem sempre solucionar seus problemas sozinhos, discutem com professores e colegas, não aceita ordens, não realizam deveres escolares, não aceitam críticas, quer tudo a seu modo.
Crianças inseridas em ambientes domésticos caóticos e problemáticos, possuem maiores chances de apresentarem o transtorno. Comumente observa-se crianças com este diagnóstico vivendo em lares onde os pais não estabelecem limites aos filhos, em contrapartida também em lares opressores e de normas demasiadamente rígidas. Nesse caso a criança convive diariamente com a violência, agressividade, hostilidade e brigas dos pais. Essa criança pode assumir o comportamento dos pais como "normal" e levar essa conduta aprendida para o ambiente escolar.

Transtorno de Conduta
A criança com transtorno de conduta, costuma apresentar um comportamento inadequado na escola, mentiras brigas corporais, mata aula, destrói carteiras, rouba material escolar, age com agressividade e ameaças contra professores e alunos, hostilidade com colegas da turma, se isolam geralmente são os autores de bullying, tem um desempenho escolar fraco e baixo nível intelectual.
Na escola, professores e funcionários podem encontrar mecanismos mais adequados para reintegrar o aluno com transtorno de conduta em sala de aula.

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
Na escola a criança com TDAH, deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros por discuido em atividades escolares, de trabalhos e outras. Apresentam dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas. Parece não escutar quando lhe dirigem a palavra, não segue instruções e não termina seus deveres escolares, apresenta dificuldades para organizar tarefas e atividades, perde coisas necessárias para atividades e apresenta esquecimento em atividades diárias, causando um baixo rendimento escolar, a criança não consegue acompanhar sua turma, sendo muitas vezes reprovado levando essa criança a baixa autoestima e falta de motivação nos estudos.

Transtornos associados ao consumo de Drogas
Os trans tornos associados ao consumo de drogas são transtorno de condutas, transtorno desafiador opositor, TDAH, depressão, ansiedade, esquizofrenia e o transtorno bipolar do humor.
O trabalho de prevenção ao uso de álcool e drogas na escola, é de essencial importância, visto que o início de seu uso, na maioria das vezes, ocorre com colegas de sala de aula, dentro do ambiente escolar.
Debates, conferências, palestras e encontros com pais e alunos podem ser estimulados para orientar os alunos.
Quanto ao desenvolvimento escolar, apresenta perda de interesse, queda de rendimento escolar, atitude negativista, atrasos e faltas injustificáveis, problemas de disciplina. Sintomas como fadiga, problemas do sono, dores de cabeça, enjôos e mal estar.

Abuso sexual infantil
O abuso sexual infantil contra a criança, é considerada um problema de saúde pública, trazendo sérias consequências para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social da vítima e de sua família. Essa forma de violência pode ser definida como qualquer contato ou interação entre uma criança e alguém em estágio psicosexual mais avançado, podendo incluir toques, carícias, sexo oral ou relações com penetração (digital, genital ou anal). O abuso sexual também inclui situações nas quais não há contato físico, tais como voyerismo, assédio e exibicionismo.
Essas interações sociais são impostas às crianças pela violência física, ameaças ou endução de sua vontade.
O abuso sexual pode afetar o desenvolvimento da criança de diferentes formas, enquanto umas apresentam efeitos mínimos ou nenhum efeito aparente, outras desenvolvem graves problemas emocionais, sociais e/ou psiquiátricos. Podendo desenvolver quadros de depressão, transtorno de ansiedade, alimentares, dissociativos, hiperatividade e déficit de atenção, transtorno de personalidade, borderline e a psicopatologia mais citada, é o transtorno de estresse pós-traumático.
Dentro de uma perspectiva cognitiva, esse transtorno causa prejuízos neuropsicológicos, aprendizagem verbal, memória e atenção.
A criança exposta a eventos traumáticos, como por exemplo, abuso sexual infantil, pode interferir no processo de maturação e organização cerebral.

Retardo Mental
As características cognitivas no retardo mental, se dão pelo comprometimento durante o desenvolvimento mental que determina o nível global de inteligência, isto é, das funções cognitivas, de linguagem, da motricidade e do comportamento social.

Transtorno de aprendizagem
Afasia congênita, também chamada de transtorno grave de elaboração da linguagem, caracteriza-se pelo não aparecimento da linguagem em algumas crianças que não apresentam outras condições como surdez, autismo, oligofrenia que explicariam tal fato.Esse transtorno afeta a expressão e compreensão.
Dislalia, é quando ocorre erros na articulação dos sons da fala, como, omissão, substituição e distorção de fonemas não decorrentes de alterações neurológicas, e sim devido a alterações funcionais. Pode também estar associada a um atraso geral do desenvolvimento e também a déficit cognitivo.
Disartria, é um problema articulatório que se manifesta na dificuldade para realizar alguns ou muitos movimentos necessários a emissão verbal. É caracterizado por transtorno da expressão verbal, de causa neuropatológica, por doenças generativas, encefalites, lesões vasculares, exposições tóxicas e outros. Envolve disfunções motoras da respiração, fonação, ressonância, articulação e prosódia.
Quando ocorre lesão de algum componente motor da fala, é observado modificações do movimento voluntário, automático e reflexo, produzindo hipotonia, paralisia ou espasmos na expressão verbal.
Disfonia é definida como uma alteração indesejada da qualidade vocal, envolvendo diversos aspectos, altura, intensidade, estabilidade da voz, etc. A Disfonia pode ser de origem orgânica, funcional ou psicogênica.
Atraso de linguagem pode ser definido como a ausência do surgimento da linguagem no período em que ela deveria ocorrer para a idade na qual a criança se encontra. As bases do atraso de linguagem na maioria das vezes tem uma causa social, fatores biológicos (disfunção cerebral mínima) associados ou causadores do quadro. É comum as crianças com atraso de linguagem de causa biológica apresentarem também TDAH, transtorno de comportamento com déficit de atenção e memória, defeitos articulatórios, mobilidade oral alterada entre outras características não presentes no atraso de linguagem simples.
Discalculia se caracteriza pela dificuldade que a criança apresenta em quantificar, numerar ou calcular.
A discalculia ocorre em razão de uma falha na formação dos circuitos neurais, ou seja, na rede por onde passam os impulsos nervosos.
Gagueira é um distúrbio que afeta a fala e caracteriza-se por interrupções no ritmo e na melodia do discurso, se apresentando em repetições, bloqueios, prolongamentos, hesitações, movimentos associados e evitação de palavras.
Dislexia, dificuldade de aprendizagem na qual a capacidade de uma criança para ler ou escrever está abaixo do seu nível de inteligência ou seja, insuficiência para assimilar os símbolos gráficos da linguagem. A dislexia é de origem congênita e hereditária e seus sintomas podem ser identificados logo cedo em crianças que demoram para falar ou trocam o som das letras e tem dificuldade para ler e escrever. As crianças disléxicas possuem falhas nas questões cerebrais, elas podem contar apenas com a região do cérebro responsável por processar fonemas e sílabas, enquanto a área responsável pela análise de palavras, não exerce a sua função.
A criança disléxica apresenta fraco desenvolvimento de atenção atraso no desenvolvimento da fala e escrita, atraso no desenvolvimento visual, falta de coordenação motora, dificuldade em aprender rimas, dificuldade de acompanhar histórias, dificuldade com a memória imediata e a organização em geral, inversão de letras e números e falhas na elaboração de orações complexas e na redação espontânea.
Quanto mais cedo identificado, menores serão os prejuízos na escola e social a que essa criança estará exposta. Muitas vezes elas apresentam baixa auto-estima e são estigmatizadas como crianças que não aprendem ou não se esforçam.

Depressão infantil
O transtorno depressivo produz dificuldades sociais e escolar que podem comprometer o desenvolvimento e funcionamento social da criança e de suas relações interpessoais. Crianças depressivas apresentam tristeza, apatia, isolamento em sala de aula, falta de motivação e humor deprimido. Contudo, é comumente observado um humor irritável ou instável. O desempenho escolar, quase sempre acompanha o transtorno, porque crianças com depressão não conseguem concentrar-se, há perda de interesse pelas atividades.
Acredita-se que a depressão infantil é causada por fatores genéticos associados a fatores bioquímicos e ambientais.

Transtorno Bipolar de Humor
O transtorno bipolar de humor na infância afeta consideravelmente a vida da criança, caracterizado principalmente pela fase maníaca com alteração ou oxilação do humor.
Na escola é observado piora no desempenho escolar, acompanhado de dificuldade de concentração, distração, agitação e inquietação, irritabilidade, instabilidade emocional e acessos de raiva.
Não existe uma causa específica para o surgimento do transtorno, entretanto as principais hipóteses relacionam fatores genéticos ligados a alterações químicas no cérebro.

Retardo Mental
O retardo mental é caracterizado por habilidades intelectuais abaixo da média, essas limitações causam diversos problemas no funcionamento diário, na comunicação, interação social, habilidades motoras, cuidados pessoais e na vida escolar.
Segundo os critérios diagnósticos utilizados pela Organização mundial de saúde temos quatro tipos de retardo mental, leve, moderado, grave e profundo.
A criança com retardo mental leve apresenta atraso na linguagem, entretanto conseguem comunicar-se e acompanhar os estudos até certo ponto e apresentam independência nos cuidados pessoais. Com o devido acompanhamento médico e terapêutico conseguem viver vida independente, ter trabalho, casar e administrar seu lar.
No retardo mental moderado, a criança apresenta maior dificuldade na compreensão e no uso da linguagem. Cuidados pessoais e habilidades são limitadas e podem precisar de ajuda durante toda vida.
Crianças com retardo mental grave e profundo apresentam maiores prejuízos intelectuais, funcionais e motores, apresentam déficits visuais e auditivos indicando presença de lesões orgânicas ou desenvolvimento inadequado do cérebro. Essas crianças necessitarão de atenção e cuidados especiais por toda a vida.
Uma vez que o retardo mental não tem cura, deve ser feito um trabalho educacional especial sempre respeitando as limitações da criança.

Características linguísticas e perseptivas nos transtornos mentais infantis

CARACTERÍSTICAS LINGUÍSTICAS E PERSEPTICAS

Linguística
É um estudo científico da linguagem (língua e fala). Estuda a fonética (sons), fonologia (padrões dos sons- fonema), morfologia (estrutura interna das palavras), síntaxe (linguagem combinando com as palavras para formar frases gramaticais), semântica (frases e palavras que a integram), lexocologia (conjunto de palavras de um idioma), terminologia (conhecimento e análise dos léxicos especializados das ciências e das técnicas), estilísticas ( estilo na linguagem- vícius e elegâncias), pragmática (como as oralizações são usadas) e lilologia ( dos textos e das linguagens antigas).
Toda palavra que possui sentido é considerada signo linguístico. Podendo ser, sincrônica ( estuda a língua em um dado momento) e diacrônica (estuda a língua através dos tempos).

Perceptiva
Função cerebral que atribui significado a estímulos sensoriais a partir de histórico de vivências passadas (interpretação, seleção e organização das informações obtidas pelos sentidos- reconhecer, observar e discriminar). A percepção pode ser, visual, auditiva, olfativa, gustativa, tátil, temporal e espacial.
As características perceptivas, envolve um processo de organização e interpretação dos dados obtidos através dos sentidos (tamanho, movimento, posição e forma).
Os canais perceptivos incluem o visual, auditivo, olfativo e cinestésico. Quando há uma deficiência perceptiva, a criança apresenta distúrbio na aprendizagem devido a um distúrbio na percepção dos estímulos sensoriais.

Dificuldades de aprendizagem
Ao iniciar na escola, a criança traz consigo características biológica, psicológica e social. As dificuldades podem estar relacionadas com a linguagem falada ou escrita, podendo se manifestar por uma aptidão imperfeita de escutar, pensar, ler, escrever, soletrar ou fazer cálculos matemáticos. Incluindo a essas condições, as deficiências perceptivas, lesão cerebral, disfunção cerebral mínima, dislexia e afasia de desenvolvimento. O termo não engloba as crianças que tem problemas de aprendizagem resultantes principalmente de deficiência visual, auditiva ou motora, de deficiência mental, de perturbação emocional ou de desvantagens ambientais, culturais ou econômicas.
Alguns autores dividem as dificuldades de aprendizagem em primárias e secundárias de acordo com sua origem.
As dificuldades consideradas como primárias, englobam as disfunções cerebrais que seriam transtornos da leitura, da matemática, da expressão escrita, da linguagem expressiva e misto da linguagem (receptivo-expressivo).
As dificuldades consideradas secundárias, são aquelas que apresentam consequências de alterações biológicas e alterações comportamentais e emocionais.
Nas alterações biológicas (neurológicas), apontamos as lesões cerebrais, paralisia cerebral, epilepsia e deficiência mental, envolvendo também os sistemas sensoriais, que são, deficiência auditiva, hipoacusia, deficiência visual e ambliopia. Dentro das causas biológicas, ainda temos que citar outros problemas perceptivos que afetam a discriminação, a síntese, a memória e a relação espacial e visualização.
Em relação aos problemas de comportamento, um dos fatores mais marcantes para apresentar dificuldade de aprendizagem é o comportamento disruptivo que envolve TDAH, e o transtorno desafiador e opositivo.
Quanto aos problemas emocionais que levam as crianças a dificuldade de aprendizagem, o principal é a depressão infantil e a ansiedade de separação na infância.
Cada caso deve ser avaliado individualmente, podendo estar presente no ambiente escolar, no ambiente familiar e não em alguns distúrbios neurológico.

Distúrbio da aprendizagem
A dificuldade na aprendizagem causam prejuízos importantes na vida da criança, reper cutindo na conduta disciplinar, no rendimento escolar e nas relações interpessoais. Quando não recebe a atenção devida, sofre grandes alterações na vida adulta, como indecisão, insegurança, incapacidade de escolhas, instabilidade, ausência de autonomia e uma grande imaturidade emocional.
Os distúrbios de aprendizagem observados com mais frequência na idade escolar, são, a dislexia, a disgrafia, a dislalia e a discalculia.
A dislexia é um distúrbio específico da linguagem caracterizada pela dificuldade em compreender palavras podendo assim definir como uma alteração de leitura.
A disgrafia consiste na relação entre o escutar e falar.
A dislalia é a omissão, distorção, substituição ou acréscimo de sons na palavra falada.
A discalculia se refere em aprender matemática.
Depressão infantil
Na depressão infantil, o sintoma principal que percebemos na dificuldade de aprendizagem, é quando há falta de interesse de toda atividade mental, provocando apatia, lerdeza, desmotivação com dificuldade em desenvolver tarefas cotidianas, perda de capacidade de raciocínio e de tomar decisões.

Deficiência Mental
Na deficiência mental, a gravidade seria classificado em quatro níveis, profundo quando a criança possui uma incapacidade total de autonomia, o QI inferior a 10 e há também crianças que vivem num mundo vegetativo. Grave, quando a criança adquire algumas habilidades desde que seja trabalhado, na comunicação consegue aprender de forma linear, necessitando de revisões constantes. Moderado, as crianças podem alcançar o nível pré-operatório, com necessidade constante de supervisão, podem ser capazes de adquirir hábitos de autonomia e realizar atitudes bem elaboradas. Leve é quando as crianças são educáveis, capazes de realizar tarefas mais complexas com supervisão.

TDAH
No TDAH, o sintoma principal é a desatenção, hiperatividade e impulsividade da criança, causando prejuízos na aprendizagem por não prestar atenção a detalhes, levando a erros grosseiros por falta de cuidado nas atividades desenvolvidas na escola. Elas não atendem solicitações ou instruções e não conseguem completar tarefas escolares ou outros deveres.
As alterações são muito intensas em relação a linguagem, aprendizagem e escolaridade. A elaboração e compreensão textual, encontram-se extremamente empobrecidas, sendo a principal queixa por parte da escola e dos pais.

Ansiedade
A ansiedade, também chamada de transtorno de ansiedade (TA) de separação, interfere na atenção da criança por ela apresentar uma ansiedade excessiva por se afastar de pessoas, objetos ou animais com um vínculo afetivo muito forte. Podendo também sofrer antecipadamente pelo fato da possibilidade de futura separação.
Qualquer alteração neuropsiquiátrica, funcional ou orgânica, pode comprometer o sistema sensorial periférico (surdez e cegueira), como o central (lesões cerebrais), assim comprometendo a aprendizagem.

Autismo
Transtorno invasivo de desenvolvimento definido pela presença de desenvolvimento anormal e/ou comprometido, que se manifesta antes da idade dos 3 anos e pelo tipo característico de funcionamento anormal em todas as áreas de interação social, comunicação e comportamento.
As crianças autistas, apresentam as seguintes características linguísticas, uso esteriotipado e repetitivo da linguagem, atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem falada. A crianças com fala adequada, apresenta acentuado prejuízo na capacidade de iniciar ou desenvolver uma conversação.
É indiferente as palavras e a qualquer som emitido por pessoas, porém pode dar atenção ao ruído de uma porta ou ao barulho de um avião.
Alguns autores, referem-se a vários tipos de dificuldade com relação a linguagem. Tais dificuldades significam tanto uma não aquisição da linguagem, como uma perda progressiva das vocalizações já adquiridas, ou ainda a persistência de manifestações verbais com características bem peculiares. Alguns autistas referem-se a si mesmos na 3ª pessoa, denominado como “fala ecolálica”, a conversa dessas crianças é um eco de tudo que lhe foi dito, registrando a limitação, ou mesmo a ausência da produção de frases espontâneas, nesses casos as palavras são repetidas exatamente na forma como são ouvidas, sendo reproduzidos as vezes, a entonação e o tom de voz dessas pessoas.
Dentre as explicações neuropsicológicas, algumas sustentam que o déficit linguístico dessas crianças dependeria de déficit de natureza cognitiva, as quais estariam ligados a alterações neurológicas de vários tipos. Uma dessas alterações seria o déficit nos neurotransmissores, o qual teria participação na dificuldade da criança de enviar sinais comprometendo assim seu desenvolvimento.
As anormalidades da linguagem se dão da seguinte forma, com repetição em eco das palavras que lhe são dirigidas, repetição de uma palavra ou um grupo de palavras sem significação afetiva, o uso da palavra “sim” representa uma dificuldade frequente, como se indicasse um envolvimento com outras pessoas, apresentam problemas na aprendizagem dos pronomes eu tu e nós, utilizando-os de maneira desorganizada, dificuldade de comunicação, mutismo, inversão pronominal (troca o eu por você) e incompreensão da língua figurativa.
A comunicação tanto verbal como não verbal, é deficiente e desviada dos padrões habituais. A linguagem pode ter desvios semânticos e pragmáticos. Muitas crianças autistas não desenvolvem a linguagem durante toda a vida.
As características perseptivas no autista são, riso e movimento inapropriado, pouco ou nenhum contato visual, não quer ser tocado, cheira ou lambe os brinquedos, aparente insensibilidade a dor, age como se estivesse surdo, dificuldade em usar input sensorial interno para fazer discriminação na ausência de feedback de respostas motoras e tendência a armazenar a informação visual, utilizando um código visual, hiperseletividade sensorial , otimização da estimulação sensorial, input sensorial e modulação da atenção.
As funções mais afetadas em relação a sensações são, a visão, a audição, o tato, o equilíbrio, o olfato e a gustação.

Síndrome de Asperger
Nas crianças com síndrome de asperger, a linguagem é correta mas pedante e esteriotipada. Na comunicação não verbal, apresentam voz monótona, pouca expressão facial, gestos inadequados.
Possuem uma boa memória mecânica e os seus interesses são especiais e circunscritos. Ao nível de coordenação motora, apresentam uma postura incorreta, movimentos desastrados e por vezes esteriotipias.

Esquizofrenia Infantil
A esquizofrenia na infância, são bastante frequentes as alterações relativas aos processamentos auditivo, visual e a estruturação da linguagem, principalmente a nível discursivo, havendo também déficits relacionados a compreensão e a elaboração da linguagem.
Dificuldades bastante importantes foram apontadas com relação a estruturação e a compreensão de frases, elementos do discurso e metáforas, que podem justificar muitas dificuldades sociais.
As principais alterações de linguagem observadas nessa patologia relacionam-se a uma produção vaga, concreta, repetitiva e esteriotipada com dificuldade na elaboração e compreensão de formas mais abstratas e complexas de expressão. Quanto a produção textual, tem sido destacadas dificuldades na organização hierárquica das sentenças, pouco uso de pistas coesivas, pouca organização temporal, auto uso de redundância e dificuldade na ordenação entre conceitos subordinados e superordenados, resultando numa produção de fala incoerente. Também tem sido relatadas alterações entre conteúdos textuais, causando prejuízos na compreensão e na estruturação discursiva. Falhas também tem sido observadas na memória autobiográfica e nas memórias episódica, semântica e lexical, além de lentidão dos processos cognitivos e baixa performance na memória como resultado dos processos de entrada de informação.

Transtorno Bipolar
Nas crianças que apresentam esse transtorno, foram observadas alterações a nível de atividade profundamente perturbado, flutuações relacionadas a auto-estima, a necessidade do sono, a produção e elocução da fala, fuga de ideias, distração e agitação psicomotora, alterações relacionadas a memória e a concentração, distração acentuada.

Características físicas nos transtornos mentais infantis

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DOS TRANSTORNOS MENTAIS INFANTIS

Podemos entender por transtorno mental, condições caracterizadas por alterações do modo de pensar e do humor, além dos comportamentos associados com angústia pessoal e ou deteriorização do pensamento. Para um transtorno mental ser diagnosticado, é necessário que haja um histórico de anormalidades sustentadas ou recorrentes e que tenham como consequência uma certa deteriorização ou perturbação do funcionamento pessoal em uma ou mais esferas da vida.
Enfim, os transtornos mentais se caracterizam por uma combinação de idéias, emoções, comportamentos e relacionamentos anormais com outras pessoas.
Uma criança com transtorno mental é acometida de um sofrimento psíquico, com dificuldades no laço social ou não conseguem estabelecer laços e quando estabelecem e tem dificuldade em mantê-los. Também apresentam muita dificuldade de lidar com a vida, com as pessoas, de estar nos espaços que outras pessoas estão.
Embora a educação e a saúde são áreas distintas, devem permanecer unidas sempre que possível, pois somente com a integração das habilidades sociais e escolares, nossas crianças terão desenvolvimento harmonioso e saudável. A criança que possui dificuldade de socialização ou dificuldades escolares importantes podem superar desde que pais e professores saibam lidar com a mesma, orientando para o aprendizado, jamais rotulando. É de grande importância o comprometimento de pais, familiares e professores na tarefa de compreender e educar nossas crianças.
A formação da pessoa é estruturada por dois elementos básicos, herança genética e ambiente. É muito importante nos primeiros anos de vida o ambiente de convívio da criança. Quando a criança é nascida em um ambiente com carinho, com proteção, estímulos afetivos, sensoriais e limites, torna-se confiante e saudável, tendo mais equilíbrio emocional com mais capacidade de aprendizado e de resolver os conflitos vividos no dia-a-dia e ao frequentar a escola, enfim, a criança apresenta um grande potencial de aprendizagem intelectual e convivênca social.
A escola representa um dos principais ambientes sociais em que a criança está inserida. Quanto mais acolhedora, respeitadora das diferenças for a escola, melhor será a convivência e o rendimento escolar.
Sabe-se que grande parte dos transtornos mentais nos adultos, tem o início de sintomas ainda na infância ou adolescência, assim sabendo, a identificação precoce desses transtornos ou de seus sintomas pode-se interromper o curso de muitas condições neuropsiquiátricas que afetam pessoas de todas as idades, com isso teremos a formação de adultos mais saudáveis, mais habilidosos intelectualmente e socialmente mais aptos a lidar com os conflitos cotidianos, inclusive na maneira de lidar com seus futuros filhos. As crianças são seres humanos em crescimento, no seu desenvolvimento e formação, com desejos, pensamentos e necessidades.
É fundamental que pais e professores conheçam fatores que perturbam a vida da criança, para que possam tomar as medidas adequadas ainda no ambiente escolar.
Os sintomas mais comuns e semelhantes na maioria dos transtornos mentais em crianças são a irritabilidade, comportamento despreocupado, explosões frequentes, retirada social e reclamações físicas frequentes, contudo, os transtornos mentais específicos, podem apresentar sintomas também específicos.

Transtorno de ansiedade
O transtorno de ansiedade também é altamente prevalente na infância. Enquanto alguma ansiedade é habitual, a ansiedade que interfere no comportamento normal e funcional na escola l, lazer, etc, pode ser um sinal de um problema mais sério.
A criança apresenta muitas preocupações sobre coisas antes de estas acontecerem, preocupações ou interesses constantes sobre o desempenho escolar, amigos, jogos esportivos, etc., pensamentos ou ações repetitivos, medos extremos de cometer erros e baixa autoestima.
Também há vários tipos específicos de transtornos de ansiedade que deveriam ser notados, medos irreais e excessivos sobre uma certa situação ou objeto.

Abuso de álcool e drogas
O abuso de álcool e drogas podem ser um problema significativo na adolescência, havendo ocorrências também na infância, conduzindo a consequências sérias para a saúde, que são, fadiga, reclamações repetitivas sobre a saúde, olhos vermelhos e vítreos, tosse duradoura, mudança súbita de personalidade ou humor, comportamento irresponsável, perda de interesse nas atividades, argumentações sem sentido e quebra de regras.

Transtorno de Tique
Tiques são movimentos ou vocalizações involuntários que ocorrem subtamente de maneira rápida, recorrente, não rítmica e esteriotipada.
De uma maneira geral, os tiques podem ser classificados em tiques motores e tiques vocais.
Os motores se caracterizam por contrações repetitivas e rápidas de grupamentos musculares como piscar os olhos, encolher os ombros, espasmos de pescoço e “fazer careta”. Quando os tiques motores se apresentam de forma mais grave, a presença de tiques motores são mais complexos, como um número maior de grupamentos musculares, nesses casos atos de cheirar objetos, saltar, tocar ou até exibição de gestos obscenos podem ocorrer.
Os vocais se caracterizam por vocalizações rápidas, repetitivas, involuntárias e recorrentes por atos de tossir, pigarrar, roncar e fungar. Os casos mais complexos podem incluir repetição de palavras, frases ou até o disparo de palavras obscenas.
Os tiques esporádicos são comuns de ocorrer em todas as crianças e frequentemente estão associados ao estresse. Crianças tímidas ou ansiosas são mais propensas a apresentar tique, podendo desaparecer com o tempo.

Transtorno ou Síndrome de Tourette
O transtorno ou síndrome de tourette é considerado o principal transtorno de tique. As crianças apresentam tiques motores faciais e que posteriormente tende a progredir envolvendo membros, tronco e até apresentação de tiques vocais.
Crianças com o transtorno de tourette não são capazes de controlar esse tique, podendo apresentar problemas de atenção, concentração ou desenvolver obsessões e compulsões.
Algumas características mais comuns apresentada na criança são, piscar o olho, fazer careta, erguer sobranselhas, torcer o nariz, contrair a boca, mostrar os dentes, girar a cabeça, torcer o pescoço, encolher os ombros, bater os pés, saltar, tossir, pigarrar, fungar, estalar lábios, sons de sucção, soluçar, suspirar e bocejar.
É frequente a apresentação de sentimento de culpa e baixa autoestima nas crianças acometidas pelos tiques.

Autismo
O autismo é um transtorno do desenvolvimento, frequentemente diagnosticado em torno dos três anos de idade. O aspecto central do transtorno é um prejuízo no funcionamento social de modo geral, que inclui respostas impróprias a situações sociais, prejuízo na comunicação, falta de reciprocidade emocional, falta de expressões faciais ou contato visual, fracasso para desenvolver relações normais com o outro, restrição de comportamentos e gestos frequentemente repetitivos.
Bebês com autismo apresentam grande déficit no comportamento social, tendem a evitar contato visual e mostram-se indiferentes ao afeto e não o interessado na voz humana. Eles não assumem a postura antecipatória como colocando os braços a frente para serem levantados pelos pais, são indiferentes ao afeto e não demonstram expressões faciais ao serem acariciados.
Quando criança não seguem seus pais pela casa, não se interessam em brincar com outras crianças. Suas ações podem se limitar a atos repetitivos estereotipados, como cheirar e lamber
objetos ou bater palmas e mover a cabeça e tronco para frente e para trás.
O paciente autista pode se sentir incomodado por pequenas mudanças em sua rotina diária, resultando as vezes em violentos ataques de raiva.
A inteligência é comprometida em grande parte das crianças com autismo e cerca de 70% desses pacientes apresentam retardo mental, contudo algumas crianças podem frequentar escolas e ter um desempenho regular.
As causas do autismo infantil permanecem desconhecidas, mas diversos estudos indicam que fatores genéticos estão relacionado com a causa do transtorno. Alterações estruturais cerebrais, fatores imunológicos, neurológicos, bioquímicos, além de fatores congênitos, como rubéola materna, encefalite e meningite poderiam predispor a criança ao autismo.

Síndrome de Asperger
A síndrome de Asperger foi descrita pela primeira vez em 1944 pelo médico austríaco Hans Asperger. Descrito por ele, as crianças com a síndrome de asperger apresentam déficit na socialização, déficit na linguagem e na comunicação.
O desenvolvimento inicial da criança parece normal, contudo no decorrer dos anos seu discurso torna-se diferente, monótono, peculiar e há com frequência a presença de preocupações obsessivas. São inflexíveis, apresentam dificuldade em lidar com mudanças e são emocionalmente vulneráveis e instáveis. Há prejuízo na coordenação motora e na percepção visoespacial.
A criança com a síndrome de asperger, fala como adulto, de maneira formal, seus diálogos são sobre assuntos de seu interesse como carro e dinossauro, apresentam dificuldade em iniciar e manter uma conversa, em manter contatos visuais, não reconhece expressões faciais e de comportamento ritualístico.
Os pacientes com essa síndrome apresentam maior vulnerabilidade para outros transtornos psiquiátricos como transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno de humor e esquizofrenia.

Transtorno Déficit de Atenção e Hiperatividade ( TDAH )
O TDAH é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. O TDAH, se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Chamado também de DDA (Transtorno de Déficit de Atenção), em inglês também é chamado de ADD, ADHD ou AD/HD.
Reconhecido oficialmente por vários países e pela Organização da Saúde (OMS).
Estudos científicos mostram que portadores de TDAH, tem alterações na região frontal e as suas conexões com o resto do cérebro. O que parece estar alterado nesta região cerebral é o funcionamento de um sistema de substâncias químicas chamadas neurotransmissores, que passam informação entre as células nervosas (neurônio).
As crianças com o TDAH, apresentam problemas de comportamento que variam de brandos a graves e podem incluir problemas de linguagem, memória e habilidades motoras.
O comportamento hiperativo interfere na vida familiar, escolar e social da criança. Apresenta dificuldade de prestar atenção e aprender. Essas crianças podem falar muito, alto demais e em momentos inoportunos, estão sempre em movimento, sempre fazendo algo e são incapazes de ficar quietas. São impulsivas e toleram pouco as frustrações.
O TDAH pode ser caracterizado por distração e dificuldade de prestar atenção, falar muito e dificuldade de jogar e brincar quietamente, dificuldade de seguir orientações múltiplas e dificuldade de permanecer sentado.

Transtorno de estresse pós-traumático
Eventos extremamente rompantes como violência, guerra, desastres naturais ou abuso, podem causar traumas psicológicos em crianças. Uma reação é incomum, incluindo extrema ansiedade, pesadelos, choro, irritabilidade, retirada social, culpa ou outros sintomas não diminuem ao longo do tempo, podem ser indicativos do desenvolvimento de TSPT. Os sintomas incluem, rexperimentação do evento traumático em situações percebidas como similares, falta rotineira de lembranças, aumento nas perturbações do sono, irritabilidade, concentração pobre, reações de susto e comportamentos regressivos.

Transtorno de Conduta
Enquanto todas as crianças, às vezes, exibirão comportamento de oposição, crianças com transtorno de conduta apresentam problemas mais sérios no funcionamento social e familiar.
Essa desordem também coloca uma criança em risco mais alto para o comportamento suicída.
O comportamento de criança com transtorno de conduta se caracteriza por um padrão repetitivo e persistente de conduta anti social, agressão dirigida a pessoas ou animais, destruição de propriedade, furto ou roubo e violação séria de regras e deve perdurar por no mínimo seis meses. É um diagnóstico problemático por situar-se nos limites da psiquiatria com a moral e a ética. Trata-se de um sério problema comportamental.
É importante observar, porém, que crianças que exibem tais características, podem ter outros problemas de saúde mental. O que exige um diagnóstico diferenciado.



Retardo Mental
Essa deficiência se caracteriza por um funcionamento global inferior a média junto com limitações associadas em duas ou mais das seguintes habilidades adaptativas, comunicação, cuidade pessoal, habilidades sociais, saúde e segurança, habilidades escolares, administração do ócio e trabalho. As áreas de necessidades dos deficientes devem ser determinadas através de avaliação neurológica, psiquiátrica, social e clínica, nunca numa única abordagem de diagnóstico.
O retardo mental se dividem em, leve (limítrofe), moderada, grave (severa) e profunda.
Quando se trata de um retardo mental leve, O bebê pode se apresentar muito tranquilo, capaz de sorrir, conseguir os movimentos oculares adequados e olhar com aparente atenção. As diferenças com a criança normal são pouco notáveis durante os primeiros anos, mas é no início da escolaridade que os pais começam a perceber as diferenças existentes através das dificuldades que a criança apresenta.
Em relação a evolução psicomotora, alguns autores observam hipotonia muscular nas crianças deficientes podendo observar também que o equilíbrio, a orientação espaço-temporal e as adaptações a algum ritmo podem estar prejudicados. Quanto a fala, algumas crianças com retardo mental leve, expressam e utilizam as palavras corretamente. Em casos onde existem transtornos emocionais associados, as crianças podem apresentar também uma dificuldade da linguagem.
A criança que apresenta retardo mental moderado, chegam a falar e aprendem a comunicar-se adequadamente. A evolução do desenvolvimento psicomotor é variável, dependendo também da estimulação precoce mas, de modo geral, costuma estar alterado.
O retardo mental grave (severo), se evidencia já nas primeiras semanas de vida. O desenvolvimento físico é normal em peso e estatura mas, não obstante, podem apresentar hipotonia abdominal e leves deformações torácicas e escobose. Por causa dessa hipotonia podem ter insuficiência respiratória com possibilidade de apneia.
A psicomotricidade geralmente é alternada afetando a marcha, o equilíbrio e a coordenação. A maioria delas tem dificuldades na coordenação de movimentos, incluindo o controle da respiração e os órgãos de fonação. Há também incapacidade para emissão de certos sons, em especial algumas consoantes. Faltam a língua e os lábios a necessária mobilidade e coordenação.
As crianças com retardo mental profundo podem apresentar algum tipo de má formação, encefalia ou facial. Este estado se caracteriza pela persistência dos reflexos primitivos devido a falta de maturidade do sistema nervoso central, resultando numa aparência primitiva da criança.
Dos primeiros anos até a idade escolar, as crianças com esse déficit desenvolvem mínima capacidade de funcionamento sensório- motor.]


Transtorno desafiador opositivo
A característica essencial do transtorno desafiador opositivo é um padrão recorrente de comportamento negativista, desafiador, desobediente e hostil para com figuras de autoridade que persiste por pelo menos seis meses e caracterizado pela ocorrência frequente de pelo menos quatro dos seguintes comportamentos: perder a paciência, discutir com adultos, desafiar ativamente ou recusar-se a obedecer a solicitações ou regras dos adultos, deliberadamente fazer coisas que aborrecem outras pessoas, responsabilizar outras pessoas por seus próprios erros ou mau comportamento, mostra enraivecido e ressentido ou ser rancoroso ou vingativo. Os comportamentos negativistas ou desafiadores são expressados por teimosia persistente, resistência a ordens e relutância em comprometer-se, ceder ou negociar com adulto ou seus pares, discute e deixa de aceitar a responsabilidade pelas más ações.
As características desse transtorno, são temperamento problemático e alta atividade motora, no período escolar pode haver baixa autoestima, irritabilidade de humor, baixa tolerância a frustração, blasfêmias e uso precoce de álcool, tabaco ou drogas ilícitas.
O transtorno desafiador opositivo é um antecedente evolutivo do transtorno de conduta.

Transtorno Bipolar
O transtorno bipolar na criança, é uma condição grave que afeta consideravelmente a vida da criança. A criança com transtorno bipolar tem períodos alternados de mania e depressão. Essa mudança súbita de humor produz ataques prolongados de raiva ou agressividade, chamados de tempestades comportamentais.
As características apresentadas ainda na infância são mudanças súbita de humor, autoestima aumentada, inadequação no comportamento, hiper sexualidade, grandiosidade, pensamentos e falas acelerados, distração, agitação e inquietação, necessidade de aparecer e ser o centro das atenções, excesso de maquiagem nas meninas, roupas excessivamente coloridas e estravagantes, irritabilidade, instabilidade emocional, agressividade e acessos de raiva.

Depressão
Depressão em crianças, é um transtorno sério e está aumentando em prevalência nos últimos anos.
Os sintomas apresentados em crianças se caracterizam com tristeza frequente ou choro, diminuição do interesse em atividades agradáveis, isolamento social, comunicação pobre, aumento da irritabilidade, raiva ou hostilidade, reclamações físicas frequentes, comportamento autodestrutivo, produzindo dificuldades sociais e escolares que podem comprometer o desenvolvimento e funcionamento social da criança e de suas relações interpessoais. O tratamento envolve a associação de medicamentos, antidepressivos, psicoterapia e orientação para pais e professores.

SELMA VALÉRIA LOMBARDI DO NASCIMENTO
28/02/2011