segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Problemas Mentais na Adolescência

A adolescência é um período de intensas atividades e transferência na vida mental do indivíduo, levando a diversas manifestações de comportamento que podem ser interpretadas como sendo doença. Assim sendo, muitas das manifestações ditas normais da adolescência podem se confundir com doenças mentais ou comportamentos inadequados.
A adolescência é a fase em que a pessoa se descobre como indivíduo separado dos pais, gerando um sentimento de curiosidade e euforia, porém também gera sentimentos de medo e inadequação. Um adolescente está descobrindo o que é ser adulto, mas não está plenamente pronto para exercer as atividades e assumir as responsabilidades. Assim sendo, ele procura exemplos de pessoas próximas ou não, ídolos artísticos ou esportivos, entre outros, para construir seu caráter e seu comportamento, também é visível a necessidade do adolescente de contrariar a vontade ou as ideias dos pais. Esse comportamento opositor aos pais acontece em decorrência da necessidade do adolescente de separar-se dos pais, ser diferente deles para construir sua própria identidade como pessoa. Ao mesmo tempo, o adolescente pode não se ver capaz ainda de se separar desse pais, gerando então nele um sentimento de medo. De um lado a necessidade de separar-se para ser um indivíduo diferente e de outro lado a dificuldade de assumir posição adulta com suas responsabilidades e desejos, levando o adolescente a uma fase de intensa confusão de sentimentos, com uma constante mudança de opiniões, metas e com um comportamento bastante impulsivo.
Muitos dos comportamentos atípicos manifestados pelos adolescentes, podem apenas ser uma busca por sua identidade e não uma doença mental, pode sim se tratar de um sofrimento para o adolescente, podendo ele beneficiar-se de intervenções psicológicas.
Dentre os transtornos mais comuns vistos na adolescência, destacam-se:
Transtorno de humor, é o grupo onde se incluem as doenças depressivas, de certo modo comuns na adolescência, acompanhadas das mais diversas manifestações. Apresentando humor deprimido acentuado, ou irritabilidade, perda de interesse ou prazer em suas atividades, perda ou ganho de peso, insônia ou excesso de sono, abuso de substâncias psicoativas entre elas a mais comum, o álcool e até mesmo outras drogas. O tratamento desse transtorno envolve uso de antidepressivo associado a psicoterapia.
Transtornos alimentares, onde se incluem a Bulimia e Anorexia. A pessoa demonstra um pavor de engordar, tomando atitudes exageradas ou não necessárias para emagrecer, mantendo o peso muito abaixo do esperado para ela. O tratamento desse transtorno envolve uma equipe multidisciplinar, psiquiatra e nutricionista, antidepressivos e psicoterapia, necessitando em alguns casos de intervenções na família.
Transtorno do uso de substâncias psicoativas, O uso de drogas, é um tipo de alteração de comportamento bastante visto na adolescência. A dependência de drogas, que é o transtorno mais grave desse grupo, manifesta-se pelo uso de substância associado a uma necessidade intensa de ter a droga, ausência de prazer nas atividades sem a droga e busca incessante da droga, muitas vezes envolvendo-se em situações ilegais ou de risco para se conseguir a mesma. O tratamento envolve psicoterapia, educação familiar e medicamento, em alguns casos é necessário a internação hospitalar.
Transtorno de conduta, caracteriza-se por comportamentos repetitivos de contrariedade a normas e padrões sociais, conduta agressiva e desafiadora. Constitui-se em atitudes graves, sendo mais do que rebeldia adolescente e travessuras infantis. Esses adolescentes envolvem-se em situações de ilegalidade e violação do direito de outras pessoas. Aparecem roubos, destruição de patrimônio alheio, brigas, crueldade e desobediência intensa como algumas das manifestações.
O tratamento envolve basicamente psicoterapia, podendo-se utilizar medicamentos no controle da impulsividade desses pacientes. São transtornos de difícil manejo e muitas vezes necessitam de intervenções familiares e sociais.
Transtorno de ansiedade, pessoas que vivem com um grau muito intenso de ansiedade pode chegar a um prejuízo no seu funcionamento social, pode aparecer na adolescência sob a forma de ansiedade de separação, geralmente dos pais, por não conseguir manter atividades sem a presença dos mesmos. São extremamente tímidos e muitas vezes, não conseguem obter prazer em quase nenhuma atividade fora de casa. O tratamento envolve basicamente psicoterapia, podendo-se recorrer a alguns medicamentos como coadjuvante.
Transtorno psicótico, nessa fase da vida, muitos transtornos psicóticos iniciam suas manifestações. Esses transtornos são graves, muitas vezes levando o adolescente a internação hospitalar e são caracterizados por comportamentos e pensamentos muito bizarros e distorcidos frente a realidade. O tratamento baseia-se em tratamento medicamentoso com o uso de antipsicóticos e psicoterapia de apoio. São transtornos em sua maioria crônicos principalmente se não tratados.
Suicídio na adolescência, muitos transtornos da adolescência podem se manifestar com comportamento suicida. Tentativas ou ameaças de suicídio podem aparecer. Alguns comportamentos de exposição e risco também podem ser sinais de comportamento suicida na adolescência, mesmo sem a manifestação explícita dessa intenção. O comportamento impulsivo do adolescente acarreta um risco maior de tentativas de suicídio mesmo na ausência de sintomas depressivos ou uma clara ideia suicida, o que torna o adolescente muito mais vulnerável a este tipo de comportamento.
São muitas as possibilidades de transtornos mentais nessa fase do indivíduo, mas todas as situações devem ser muito bem avaliadas antes de concluir um diagnóstico, principalmente na adolescência. Além das dificuldades pessoais dos adolescentes e de sua intensa modificação corporal e mental, o que por si só já pode gerar comportamentos e sentimentos inadequados, suas atitudes podem ainda refletir problemas familiares. Assim sendo, sem uma devida avaliação do adolescente é no mínimo imprudente, caracterizá-lo como tendo uma doença mental específica.

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