segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Teoria Psicanalítica do desenvolvimento Infantil

De acordo com a psicanálise, o desenvolvimento infantil se dá desde o nascimento da criança. Quando a criança nasce, ela está com o seu aparelho imaturo. Essa imaturidade a leva a uma descordenação de movimentos, característica de um cérebro em desenvolvimento, movimentos reflexos são gradativamente substituídos por atividades voluntárias a medida que seu desenvolvimento neurológico se dá. Isso se caracteriza pelo controle do corpo, da cabeça para os pés e do centro do corpo para as extremidades. Quanto ao desenvolvimento da linguagem, é um processo muito dinâmico, relacionado a diferentes fatores determinantes. O meio cultural, as pessoas ali inseridas, os costumes sociais e familiares, a relação com a comunidade, a escola, levando cada criança de um modo diferenciado, a apropriação da linguagem a medida que participa ativamente das interações com esses segmentos.
A medida que a criança vai ganhando autonomia com o uso de sua linguagem, vai necessitando de mais participação da linguagem do outro e de sua diversidade conceitual para formar o seu próprio discurso.
No desenvolvimento infantil, a Psicanálise também revelou toda uma gana de fatores que indicavam os princípios das funções sexuais no início da vida extra uterina, as comprovações iniciais da sexualidade em crianças foram obtidas por meio de exame analítico. Vale afirmar que Freud afirmava que a sexualidade não estava relacionada apenas aos órgãos genitais, estendendo-se a diversas partes do corpo. A amamentação era entendida como uma experiência sexual da criança, geradora de prazer.
A primeira área de prazer do ser humano, é a boca. É por meio dela que o bebê sacia a sua fome e tem sua fonte do prazer.
A boca também é um importante meio utilizado pelo bebê para conhecer o mundo. É por ela que ele morde, agarra, experimenta os objetos. Por isso, esta primeira fase do desenvolvimento é denominada fase oral.
Em um segundo momento do desenvolvimento, quando o bebê tem de 1 a 2 anos de idade, ele descobre novas maneiras de ver o mundo e começar a desviar os seus interesses da boca, voltando para outras partes do corpo. Nesse período, a criança começa a controlar fezes e urina e direciona a sua atenção para o funcionamento anal.
Outro aspecto que também acaba sendo fonte de curiosidade para as crianças de 3 a 4 anos de idade, é a descoberta da diferença entre os sexos.
A próxima etapa de 3 a 7 anos, é considerada a fase fálica, na qual as crianças vão se interessar pelo falo (pênis) e se acentuam as discussões sobre as diferenças anatômicas. Também aparece a identificação dos filhos com os pais do mesmo sexo.
Posteriormente de 7 a 12 anos, é a chamada fase da latência, na qual os meninos e as meninas se interessam mais por brincar em grupos separados por sexo, nesse período, não priorizam ou não estão muito atentos as questões da sexualidade.
Com início da puberdade aos 12 anos, inicia-se a fase genital, em função das questões hormonais, havendo um retorno do interesse pela sexualidade.
Fase oral
É a fase de organização libidual que se estende desde o nascimento até o desmame.
Gradativamente a criança identifica-se com a sua mãe e se desenvolve armazenando passivamente as palavras, os sons, as imagens e as sensações.
As primeiras palavras são uma conquista que exige esforço, recompensados pela energia e as carícias do meio familiar, paralelamente aparece a dentição com sofrimentos que exigem ser aliviados pelo ato de morder.
De acordo com Barros (1993) para a concepção psicanalítica, a passagem segura pela fase oral, tem conseqüências muito importantes na vida dos indivíduos. Se as necessidades forem satisfeitas, a pessoa crescerá de maneira psicologicamente saudável, se não o forem, seu ego está comprometido. Alguns psicanalistas atribuem o alcoolismo por exemplo, às frustrações na fase oral.
Freud também considera que pessoas que fumam ou roem unhas, e aquelas que tem obsessão por comer, são fixadas na fase oral. Elas utilizam a boca para aliviar suas ansiedades e tensões.
Fase anal
Nessa fase, o sujeito atinge um maior desenvolvimento neuromuscular, a libido que provocava a sucção lúdica da fase oral, provoca agora a retenção lúdica das fezes e da urina. Parece ser esta a primeira descoberta do prazer auto-erótico, que é um dos componentes normais da sexualidade. A atuação materna determina a atmosfera agradável ou não no uso do banheiro pela criança. Nessa fase a criança teme de forma acentuada a rejeição dos pais se não conseguir controlar as fezes e a urina.
Para Barros, as conseqüências futuras para uma criança que se fixa na fase anal, traz dificuldades de desprendimento material, que prejudicam o ego da pessoa adulta. Os psicanalistas atribuem a avareza, a exagerada preocupação com a limpeza e a meticulose, (no adulto), as frustrações ocorridas na fase anal.
Fase fálica
Nessa fase, Freud denominou Complexo de Édipo nos meninos e Complexo de Electra nas meninas.
No decorrer da fase anal, sucedem-se vários processos e ocorrências. Desses, destaca-se o Complexo de Édipo, pois em torno dele se dá a estruturação da personalidade do indivíduo. Acontece entre os 2 e 5 anos de idade. A mãe é o objeto de desejo do menino e o pai é o rival que impede seu acesso ao objeto desejado nesse período, o menino busca competir com o pai para conseguir o amor da mãe. Ele fica muito envolvido com ela, tem ciúmes da mãe e procura imitar o pai. É solicito com a mãe, tenta resolver os problemas e ajudá-la. Esse processo também ocorre com as meninas, sendo invertidas as figuras do desejo e de identificação.
Segundo Freud, a passagem do menino pelo Complexo de Édipo e da menina pelo Complexo de Electra, são momentos importantes na vida das crianças, pois tanto os meninos como as meninas precisam se identificar com os pais para adquirir os seus padrões e valores.
Fase de latência
Nessa fase, as crianças se interessam por atividades culturais, lazer e atividades escolares, são ativas nessas áreas, mas em relação a sexualidade ficam passivas.
Aparecem barreiras mentais que impedem que a criança manifeste seu libido, ela tem vergonha de mostrar suas emoções e os impulsos sexuais são sublimados para outras atividades.
Fase genital
Essa fase depende do desenvolvimento saudável da fase anterior, a da latência.
Com o aparecimento da ejaculação, no menino, bem como do fluxo menstrual e do desenvolvimento mamário da menina, a puberdade proporciona elementos que faltam para a compreensão do papel do homem e da mulher na reprodução.
O adolescente começa a se conscientizar de sua identidade sexual.

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